Os Fiagros voltaram a brilhar — e de um jeito que ninguém esperava depois do tombo de 2024. Com performances que ultrapassam 50% no ano, esses fundos se tornaram um dos investimentos mais comentados do mercado, atraindo desde investidores conservadores até quem estava receoso após a onda de recuperações judiciais no agronegócio.

A recuperação forte, mostrada nos dados da Quantum Finance, revela um movimento claro: o mercado precificou demais o medo no ano passado — e agora está corrigindo com força.

Por que os Fiagros deram a volta por cima tão rápido?

Depois de um 2024 turbulento, em que grandes empresas do agronegócio entraram em recuperação judicial, muitos fundos ficaram com cotas excessivamente desvalorizadas. Para 2025, o movimento foi o oposto: os ativos se ajustaram, e os pagamentos de juros voltaram a puxar as carteiras para cima.

Segundo especialistas, o que parece recuperação explosiva nada mais é do que o mercado voltando ao patamar que deveria estar — mas com doses generosas de rendimento no caminho.

A Quantum destacou que, entre janeiro e outubro, os dez maiores retornos do mercado foram exclusivamente de Fiagros de crédito, com ganhos entre 29,9% e 51,1%. A compra de recebíveis, CRAs e dívidas agrícolas foram os principais motores desse salto.

Quais Fiagros mais renderam em 2025?

Entre os destaques, aparecem nomes conhecidos dos investidores:

• XP Crédito Agrícola (XPCA11) → 51,1%
• SFI Investimentos (IAGR11) → 49,8%
• JGP Crédito (JGPX11) → 40,2%
• Capitanea Agro (CPTR11) → 36,9%
• Valora CRA (VGIA11) → 33,4%

O movimento também mostrou força no curto prazo: em outubro, fundos com exposição imobiliária rural, como Suno Fazendas (SNFZ11), ganharam destaque — sinal de que o mercado está premiando não apenas crédito, mas também terras e ativos reais.

O que explica essa alta tão expressiva?

Para Guilherme Grahl, gestor da Valora Investimentos, a resposta está no ajuste pós-crise. Ele explica que, em 2024, praticamente todos os fundos sofreram com pânico generalizado. Isso descolou o preço das cotas da realidade, já que muitos problemas foram pontuais.

Grahl afirma que fundos estruturados, com boas garantias e operações pagando CDI + 3% ao ano, foram injustamente punidos. Em 2025, o mercado corrigiu esse exagero — e os rendimentos fizeram o resto do trabalho.

A liquidez baixa, característica dos Fiagros, também intensificou o tombo e, agora, impulsiona a subida.

A crise do agronegócio já passou?

O setor realmente enfrentou dificuldades na safra 2023/2024. A queda das commodities, a recuperação judicial da Agrogalaxi e os juros altos criaram um ambiente de incerteza. Como explica Grahl, quando um player grande quebra, a confiança balança toda a cadeia.

Mas o pior ficou para trás.

Hoje o cenário é outro:

• preços estabilizados
• margens melhorando
• dividendos retomados
• expectativa de queda dos juros
• captações voltando

Para fundo de crédito, isso significa menos risco e mais previsibilidade — combinação perfeita para atrair o investidor pessoa física.

Por que os Fiagros ficaram ainda mais atrativos em 2025?

Há um fator adicional importante: a nova tributação sobre dividendos. Com a mudança, fundos isentos, como os Fiagros e os FIIs, ficaram ainda mais vantajosos para investidores com alto volume de dividendos tributáveis.

Segundo José Daronco, da Suno Asset, essa migração de capital já é perceptível — e ajudou a impulsionar os fundos da gestora, que foram destaques em outubro.

Além disso, muitos Fiagros estão pagando 1,2% a 1,3% líquido ao mês, isento de IR, e rendendo acima do CDI. Para quem compara com produtos tradicionais, como CDBs, a diferença é grande.

Ainda vale entrar nos Fiagros agora?

Para Daronco, o potencial explosivo de alta pode ter ficado para trás — mas o setor continua atrativo. A inadimplência está mais controlada e a maioria dos fundos já se reorganizou depois da crise.

Com CDI ainda alto e juros devendo cair só aos poucos, os rendimentos continuam chamativos.

Em outras palavras: o momento é de recuperação e aceleração, com risco menor e renda ainda elevada.

Conclusão: os Fiagros ganharam tração — e podem seguir em alta

Os Fiagros mostram que se recuperaram da turbulência e conquistaram novamente a confiança do mercado. Com rendimentos fortes, isenção fiscal e um setor agrícola mais estável, a tendência é que continuem como uma das classes queridinhas dos investidores em 2025.

Se você acompanha o setor financeiro, entender esses movimentos pode ajudar a encontrar oportunidades antes que o mercado inteiro perceba.

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Perguntas Frequentes (FAQs)

O que fez os Fiagros subirem tanto em 2025?

A alta foi puxada pela correção das quedas exageradas de 2024, pelo retorno dos dividendos e por operações de crédito pagando juros elevados.

É seguro investir em Fiagros agora?

A maior parte dos fundos já se reestruturou e o setor agrícola está mais estável, reduzindo riscos e fortalecendo o potencial de ganho.

Quais são os Fiagros que mais renderam no ano?

Entre os destaques estão XPCA11, IAGR11, JGPX11, CPTR11 e VGIA11, com ganhos de até 51%.

A crise do agronegócio acabou?

A situação melhorou bastante, com preços mais estáveis, margens maiores e empresas se reorganizando após a turbulência de 2024.

Os Fiagros são isentos de IR?

Sim. Assim como os fundos imobiliários, os Fiagros têm isenção de imposto de renda para pessoas físicas.

Ainda há oportunidade de ganho?

Sim. Mesmo sem o potencial explosivo do começo de 2025, o rendimento líquido mensal continua alto e atrativo.