Um novo relatório do Ministério da Fazenda, divulgado e detalhado pelo O Globo, revela que o 1% mais rico do Brasil concentra 37,3% de toda a riqueza declarada no Imposto de Renda. Os dados reacendem o debate sobre desigualdade, tributação de altos rendimentos e a urgência de uma reforma fiscal mais equilibrada.
Segundo o levantamento, o topo da pirâmide patrimonial detém participação maior do que toda a fatia somada pelos 95% mais pobres. A concentração mostra que, apesar de avanços recentes, o Brasil ainda mantém um dos maiores níveis de desigualdade patrimonial do mundo.
A radiografia da desigualdade: o que o relatório mostra
O estudo revela que:
- 1% mais rico concentra 37,3% de toda a riqueza declarada no IR;
- 5% mais ricos detêm mais de 50% do patrimônio declarado;
- Os 50% mais pobres respondem por menos de 2% da riqueza formal registrada;
- A diferença de patrimônio entre o topo e a base cresceu nos últimos anos, impulsionada por ganhos financeiros e valorização de ativos concentrados em poucos grupos.
O Globo destaca que esses números refletem não apenas renda, mas também patrimônio acumulado — incluindo imóveis, aplicações financeiras e participações societárias.
Por que a concentração aumentou?
Especialistas ouvidos pelo jornal apontam algumas razões:
- Crescimento acelerado de rendimentos de capital entre os mais ricos;
- Estruturas tributárias que favorecem lucros e dividendos;
- Baixa tributação sobre patrimônio no Brasil;
- Avanço desigual da recuperação econômica pós-pandemia.
A falta de mecanismos robustos de tributação progressiva faz com que o acúmulo no topo avance mais rapidamente do que nos grupos médios e baixos.
Impacto direto na sociedade e na economia
A concentração de riqueza traz efeitos concretos:
- Reduz a mobilidade social;
- Enfraquece o consumo interno;
- Aumenta a distância entre os que têm acesso a ativos e os que dependem exclusivamente da renda do trabalho;
- Compromete políticas públicas baseadas em arrecadação.
Estudos do IPEA e do Banco Mundial já alertavam para como a desigualdade patrimonial é mais determinante que a desigualdade de renda, trazendo impactos profundos no crescimento do país.
O que o governo pode fazer?
O relatório reacende propostas como:
- Revisão do Imposto de Renda sobre altas rendas;
- Tributação de lucros e dividendos;
- Adoção de impostos sobre grandes fortunas ou patrimônio elevado;
- Fortalecimento de mecanismos de fiscalização e cruzamento de dados.
Além disso, O Globo aponta que o Ministério da Fazenda tem discutido modelos internacionais de tributação progressiva para adaptar ao cenário brasileiro.
Conclusão
A nova radiografia da riqueza brasileira expõe um país ainda profundamente desigual. O fato de 1% deter 37,3% do patrimônio formal indica que reformas estruturais são urgentes.
Continue acompanhando o Brasilvest para entender como mudanças na tributação e na economia podem afetar sua vida e seu futuro financeiro.
Perguntas Frequentes (FAQ)
O que significa dizer que 1% concentra 37,3% da riqueza?
Significa que esse pequeno grupo detém mais de um terço de todo o patrimônio formal declarado no Imposto de Renda.
A desigualdade no Brasil está aumentando?
Sim. Segundo o relatório e análises recentes, a distância patrimonial entre ricos e pobres vem crescendo.
Quais fatores explicam essa concentração?
Tributação baixa sobre patrimônio, vantagens sobre rendimentos de capital e recuperação desigual da economia.
O governo pretende mudar a tributação?
Há discussões sobre impostos progressivos, tributação de dividendos e revisão do IR.
Por que isso importa para o cidadão comum?
Porque desigualdade elevada reduz oportunidades, afeta serviços públicos e impacta o crescimento do país.
A base da pirâmide tem quanto da riqueza?
Os 50% mais pobres têm menos de 2% do patrimônio declarado.









