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segunda-feira, setembro 29, 2025
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Como a decisão do Copom influencia o crédito, a inflação e o seu dia a dia

O Comitê de Política Monetária define mais do que a Selic: ele traça os rumos da economia e afeta diretamente o seu bolso

A cada 45 dias, uma sigla ganha os holofotes no noticiário econômico: Copom, o Comitê de Política Monetária do Banco Central. Responsável por definir a taxa Selic — os juros básicos da economia —, o Copom tem impacto direto sobre o crédito, a inflação, os investimentos e até as decisões de consumo das famílias brasileiras.

Quando o comitê decide elevar a Selic, o objetivo principal é conter a inflação. Juros mais altos encarecem o crédito, desestimulam o consumo e o investimento, e pressionam os preços para baixo. Por outro lado, juros mais baixos tendem a aquecer a economia, favorecendo o crescimento — mas com o risco de alimentar a alta de preços. Segundo o Banco Central, essa calibragem fina busca manter a inflação dentro da meta, atualmente em 3% ao ano.

As consequências dessas decisões são sentidas no dia a dia. Um aumento na Selic pode significar parcelas mais caras no financiamento da casa própria, no crédito consignado ou no rotativo do cartão. De acordo com levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), a cada 1 ponto percentual de alta na Selic, os juros ao consumidor sobem, em média, 1,5 ponto percentual nas principais linhas de crédito.

Além disso, a taxa básica impacta diretamente os investimentos de renda fixa. CDBs, LCIs, fundos DI e o próprio Tesouro Selic tornam-se mais atrativos quando a Selic está em alta, atraindo investidores mais conservadores e afastando o apetite por ativos de risco, como ações e criptomoedas.

A ata das reuniões do Copom também serve como termômetro da confiança do mercado. Termos como “vigilância”, “cautela” ou “persistência inflacionária” costumam ser interpretados como sinal de que os juros devem seguir elevados. Já palavras como “moderação” ou “desaceleração” alimentam expectativas de cortes.

Para o economista André Perfeito, ouvido pelo Valor Econômico, “o Copom é o maestro do ciclo econômico. Mesmo quem não entende de economia sente no bolso o impacto de suas decisões”.

Em resumo: acompanhar o Copom não é coisa de analista de mercado. É entender como o país busca equilíbrio entre crescimento e controle da inflação — e como isso determina desde a sua próxima fatura até os rumos do PIB.

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