Com menos jovens e mais idosos, país enfrenta desafios no mercado de trabalho, Previdência e crescimento econômico.
O Brasil está envelhecendo — e mais rápido do que se imaginava. Segundo dados do IBGE, a proporção de pessoas com 60 anos ou mais saltou de 11,3% em 2012 para 15,1% em 2022, e deve ultrapassar os 30% até 2050. Essa mudança no perfil etário tem efeitos profundos sobre a economia do país, afetando desde a produtividade até as políticas públicas de longo prazo.
Um dos principais impactos está na força de trabalho. Com menos jovens ingressando no mercado e uma população economicamente ativa encolhendo, a tendência é de menor dinamismo e escassez de mão de obra em alguns setores. Isso pode gerar aumento de custos para empresas e pressão sobre salários, o que afeta a competitividade.
Além disso, o envelhecimento pressiona o sistema previdenciário. Um número crescente de aposentados sustentado por uma base menor de contribuintes coloca em xeque a sustentabilidade do modelo atual. Segundo estudo da Instituição Fiscal Independente (IFI), os gastos com aposentadorias e pensões devem crescer cerca de 3% ao ano até 2030, exigindo reformas estruturais.
A saúde pública também sente os efeitos. Idosos demandam mais serviços médicos, medicamentos e cuidados de longo prazo. O orçamento público precisará se adaptar para atender a esse novo perfil, exigindo maior eficiência e planejamento de longo prazo.
Na outra ponta, o envelhecimento abre oportunidades para negócios voltados à chamada “economia prateada” — como planos de saúde, turismo sênior, moradias assistidas e tecnologia para longevidade. Países que souberem se adaptar podem transformar o desafio em vetor de crescimento.
O futuro do Brasil será cada vez mais grisalho — e ignorar essa tendência pode sair caro. Planejar hoje é essencial para garantir bem-estar à população e sustentabilidade econômica nas próximas décadas.