A adoção de criptomoedas na Argentina pode estar prestes a dar mais um salto. A YPF, estatal argentina de energia, está avaliando permitir que motoristas paguem gasolina e diesel com cripto, segundo informações divulgadas pela imprensa local.
A ideia surge no momento em que os ativos digitais ganham força nas transações do dia a dia — e após a própria estatal já ter autorizado pagamentos em dólares em seus postos.
Se você quer entender como funcionaria o pagamento, por que a estatal está estudando essa solução e o que isso revela sobre o cenário econômico argentino, continue lendo.
Como funcionariam os pagamentos em cripto nos postos da YPF?
De acordo com fontes citadas pelo jornal La Nación, a YPF não receberia cripto diretamente na sua carteira, mas sim por meio de processadores terceirizados, como:
- Lemon
- Ripio
- Binance
Essas plataformas fariam a conversão automática das criptomoedas para pesos ou dólares, repetindo o modelo já usado para compras em moeda forte.
O cliente apenas escaneia um QR Code, faz o pagamento no app e, do outro lado, a YPF recebe o valor convertido na sua conta no Banco Santander — sempre com taxa referenciada pelo Banco Nación.
Um sistema simples e rápido, pensado para funcionar sem atritos no posto.
Por que a YPF está avaliando essa alternativa?
A estatal já havia dado um passo importante dois meses antes, ao permitir pagamentos em dólares nos postos — tornando-se pioneira no país.
A medida faz parte da estratégia do ministro da Economia, Luis Caputo, de estimular o uso de moeda forte e reduzir a dependência do peso, que passa por forte perda de credibilidade.
Com isso, aceitar cripto seria um movimento natural, já que:
- O uso de ativos digitais cresce ano após ano
- Parte da população prefere armazenar valor em cripto em vez de pesos
- Transações digitais estão se tornando comuns no comércio argentino
Outro ponto é simbólico: seria a primeira estatal do país a incorporar criptomoedas no varejo energético.
Argentina avança em adoção cripto — mas com turbulências
O país aparece na 20ª posição do Índice Global de Adoção de Criptomoedas de 2025.
No ranking de:
- Serviços de varejo centralizados: 18º lugar
- Serviços institucionais centralizados: 19º lugar
Isso mostra que tanto pessoas físicas quanto instituições estão usando mais cripto.
Mas o avanço vem acompanhado de polêmicas. Em fevereiro, o presidente Javier Milei compartilhou um post apoiando a memecoin Libra, que disparou para US$ 4 bilhões antes de despencar 94% horas depois.
O caso causou perdas milionárias e até pedidos de impeachment por parte da oposição.
E a crise econômica segue pressionando o país
Mesmo com avanços no setor cripto, a Argentina enfrenta dificuldades severas.
Um plano de resgate de US$ 20 bilhões, que envolveria JP Morgan, Bank of America e Citigroup, foi cancelado no último mês.
A alternativa em discussão agora é bem menor:
- Um empréstimo de US$ 5 bilhões no formato repo
- O país daria ativos como garantia
- O objetivo é pagar US$ 4 bilhões em dívida em janeiro
- Depois, refinanciaria no mercado para devolver aos bancos
Ou seja, mesmo que o país avance na digitalização e em novos meios de pagamento, o aperto financeiro ainda é enorme.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
A YPF vai aceitar pagamento direto em criptomoedas?
Não necessariamente. A estatal estuda usar processadores terceirizados que convertem cripto automaticamente para pesos ou dólares.
Quais plataformas podem ser usadas?
Lemon, Ripio e Binance estão entre as alternativas.
Por que a Argentina está avançando no uso de cripto?
Por causa da perda de confiança no peso, maior digitalização e preferência da população por ativos que preservam valor.
A YPF já aceita outro tipo de pagamento alternativo?
Sim. A estatal já permite pagamentos em dólares desde outubro.
A Argentina tem alta adoção cripto?
Sim. O país está na 20ª posição no ranking global e cresce tanto no uso varejista quanto institucional.
O que aconteceu com a memecoin Libra?
Ela disparou após um post de Milei, mas desabou 94% horas depois, causando prejuízos massivos.









