O Palácio do Planalto começa a enxergar a escolha de Flávio Bolsonaro como candidato da direita em 2026 como uma estratégia que fragiliza a oposição. Isso porque, comparado a possíveis nomes mais “pesados”, Flávio apresenta menor risco de atrair eleitores fora da base bolsonarista — o que, na lógica do governo atual, facilita a reeleição ou a permanência do Luiz Inácio Lula da Silva no centro do poder.
Apesar do peso do sobrenome Bolsonaro, analistas e dirigentes de partidos políticos de centro e de direita enxergam com ceticismo a manobra. Para muitos, Flávio não tem o carisma nem a força eleitoral que caracterizam uma campanha competitiva — e a própria escolha dele expõe divergências dentro da base conservadora, abrindo espaço para dissidências ou candidaturas alternativas.
Por que Flávio é visto como “menos risco”?
- Primeiro, porque a opção por Flávio evita escolher nomes do chamado “centrão” ou figuras com histórico de gestão, o que reduz a chance de unir diferentes alas da direita. Isso serve aos interesses do Planalto.
- Segundo, porque a candidatura dele mantém a herança familiar — ou seja, monetiza a continuidade de um legado bolsonarista, mesmo que fragilizado, em vez de apostar em renovação de imagem.
- Terceiro, porque o desgaste político da família Bolsonaro e controvérsias associadas contribuem para limitar a competitividade de Flávio além da base tradicional. Isso torna menos provável uma ameaça real à esquerda ou a candidatos com apelo moderado.
O que muda para 2026?
Com Flávio como candidato da direita:
- A polarização entre “lulismo” e “bolsonarismo” se intensifica — o embate volta a girar em torno das mesmas bandeiras ideológicas e simbólicas.
- A fragmentação da direita se aprofunda: setores moderados e centristas podem se distanciar, abrindo espaço para candidaturas alternativas.
- A rejeição histórica ao Bolsonaro ganhará papel central. Isso favorece Lula ou qualquer candidato de centro-esquerda que consiga se apresentar como alternativa moderada.
- A disputa tende a se concentrar menos em programa e mais em legado, imagem e reações emocionais — o que torna a campanha imprevisível.
O que ainda está em aberto?
- Flávio vem sinalizando dúvida sobre levar a candidatura adiante. Ele disse recentemente que “pode não ir até o fim” — o que coloca em xeque toda a estratégia.
- Aliados do ex-governo e partidos do centrão expressam ceticismo — se a direita não se unir, a dispersão pode abrir espaço para surpresas políticas.
- O ambiente econômico, social e institucional até 2026 pode alterar radicalmente o cenário — crises ou escândalos podem mudar o humor do eleitorado.
Impacto eleitoral e para o Brasil
A estratégia de apostar no familiar, em vez de buscar renovação, revela o quanto a direita teme perder coesão. Ao mesmo tempo, dá ao governo de Lula — ou a qualquer centro-esquerda — a oportunidade de se posicionar como alternativa de estabilidade e moderação. Para o eleitor, isso significa que a disputa de 2026 tende a ser menos sobre programas e mais sobre narrativa, imagem e histórico. Quem tem histórico limpo e discurso centrado pode sair na frente.
Perguntas frequentes (FAQ)
Quem é Flávio Bolsonaro e por que ele é cotado para 2026?
Flávio Bolsonaro é senador pelo Rio de Janeiro e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele foi escolhido pelo pai como a aposta do grupo para a Presidência em 2026 com o objetivo de manter o legado bolsonarista.
Por que o governo atual considera Flávio um “menos risco”?
Porque sua candidatura tende a polarizar menos o eleitorado fora da base tradicional da direita, o que favorece o eleitor de centro e fortalece a estratégia de reeleição ou manutenção de poder.
Existe rejeição interna à candidatura de Flávio?
Sim. Diversos líderes de partidos do centrão e até alas da direita veem com ceticismo a escolha, alegando insuficiente competitividade eleitoral e risco de fragmentação.
A candidatura de Flávio já é certa?
Não. Recentemente ele disse que pode desistir da corrida, dizendo que “pode não ir até o fim” — o que mantém a incerteza sobre o nome da direita em 2026.
Quais cenários a decisão pode gerar?
Pode haver: 1) reconsolidação da polarização Lula vs. Bolsonaro, 2) fragmentação da direita e surgimento de candidaturas alternativas, ou 3) menor competitividade da direita, abrindo espaço para candidatos de centro.
O que muda para o eleitor brasileiro?
A disputa deve se concentrar menos em propostas e mais em narrativa, imagem e passado político. Vencedor pode ser quem apostar em moderação e apelo a eleitores indecisos.









