A Coreia do Sul está prestes a mudar completamente a forma como as exchanges de criptomoedas operam no país. O ataque milionário sofrido pela Upbit despertou um alerta máximo entre os reguladores, que agora defendem uma postura muito mais rígida diante de falhas de segurança e prejuízos causados aos usuários.
Esse movimento marca um ponto de virada no mercado, indicando que o governo não está mais disposto a aceitar brechas, atrasos nas notificações ou estruturas frágeis em empresas que lidam com bilhões de dólares em ativos digitais.
O que motivou o governo a apertar as regras agora?
Depois do ataque hacker que atingiu a Upbit, a maior exchange do país, as autoridades perceberam que a regulamentação atual não era suficiente para proteger os usuários. Em apenas 54 minutos, criminosos digitais desviaram mais de US$ 30,1 milhões, escancarando fragilidades operacionais e de segurança.
O episódio fez a Comissão de Serviços Financeiros considerar uma mudança drástica: obrigar as exchanges a indenizar usuários por perdas, mesmo quando a culpa não for diretamente da empresa.
A Upbit demorou para avisar sobre o ataque?
Sim — e isso intensificou ainda mais a pressão do governo.
A empresa só notificou o regulador mais de seis horas após detectar a invasão, o que levantou suspeitas sobre possível retenção de informações até que uma fusão estratégica com a Naver Financial fosse concluída.
Essa demora foi decisiva para que a supervisão financeira defendesse regras mais firmes.
As exchanges vão virar “quase bancos”?
Na prática, sim. A proposta é que corretoras de criptomoedas sigam padrões semelhantes aos aplicados às instituições financeiras tradicionais. Isso significa:
- Reforço obrigatório de segurança de TI
- Equipes especializadas em cibersegurança
- Protocolos de resposta rápida
- Penalidades mais duras em caso de incidentes
- Padrões elevados de conformidade e proteção ao consumidor
O recado do governo é claro: se lidam com grandes volumes financeiros, precisam operar com a mesma robustez que um banco.
Quantos ataques já aconteceram na Coreia do Sul?
Os números mostram que o problema é recorrente.
Segundo o Serviço de Supervisão Financeira, as cinco maiores exchanges — Upbit, Bithumb, Coinone, Korbit e Gopax — registraram 20 falhas de sistema desde 2023, afetando mais de 900 usuários e gerando prejuízos superiores a 5 bilhões de won (aproximadamente US$ 3,4 milhões).
A Upbit lidera isolada: seis incidentes e perdas de cerca de US$ 2 milhões.
Por que a regulação está se tornando tão rígida?
O mercado cripto sul-coreano cresce em ritmo acelerado, e os reguladores veem a necessidade de um novo patamar de responsabilidade.
Como afirmou o governador do FSS, Lee Chan-jin, o ataque “não pode ser ignorado”, mas as regras atuais limitam qualquer punição.
A nova regulamentação representa uma mudança de paradigma: as exchanges deixam de ser vistas como startups inovadoras e passam a ser tratadas como instituições financeiras completas.
Conclusão: o mercado cripto sul-coreano está prestes a mudar
Se as novas regras forem confirmadas, as exchanges do país entrarão em uma nova era — mais rígida, mais cara, mas também mais segura para o consumidor. O ataque à Upbit pode ter sido o gatilho para uma das maiores reformas já vistas no setor.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
O que levou a Coreia do Sul a reforçar a regulação?
O ataque hacker que desviou mais de US$ 30 milhões da Upbit revelou falhas graves de segurança e motivou o governo a agir.
As exchanges serão obrigadas a indenizar clientes?
Sim. A proposta prevê compensação mesmo quando a exchange não for diretamente responsável pelo incidente.
As novas regras deixam as exchanges parecidas com bancos?
Sim. Elas terão que seguir padrões de segurança e compliance semelhantes aos das instituições financeiras tradicionais.
Quantos incidentes já ocorreram no país?
Foram 20 falhas registradas desde 2023, atingindo centenas de usuários e gerando milhões em prejuízos.
A Upbit foi criticada pela demora na comunicação?
Sim. A empresa só avisou o regulador horas depois da invasão, ampliando as suspeitas sobre o caso.
A medida pode influenciar a regulação global?
Pode. A Coreia do Sul costuma ser referência em inovação e pode ditar tendências para outros mercados.









