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segunda-feira, dezembro 29, 2025
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Dívida global dispara e encosta em 100% do PIB, acendendo alerta para nova crise

A dívida pública mundial está chegando a um patamar que não se via desde tempos extremos — e o alerta já está soando entre economistas, investidores e organismos internacionais. Em ritmo acelerado, o endividamento global se aproxima dos 100% do PIB e projeta ultrapassar, nos próximos anos, o auge registrado no período pós-pandemia.

Essa trajetória preocupa porque revela um cenário em que países gastam cada vez mais do que arrecadam, empurram vencimentos para frente e se tornam mais vulneráveis a choques, crises e mudanças no humor dos investidores. E, como você vai ver, economias emergentes como o Brasil podem ser especialmente atingidas.

Por que a dívida global está subindo tão rápido?

O principal fator por trás desse salto é o avanço dos déficits fiscais, que têm forçado governos a se endividar continuamente. Para reduzir o impacto dos juros, muitos países passaram a encurtar o prazo dos títulos que emitem. Isso diminui o custo imediato, mas deixa as economias mais expostas caso ocorra uma mudança brusca na percepção de risco do mercado.

Também pesam três tendências de longo prazo:

  • Gastos públicos elevados com saúde, impulsionados pelo envelhecimento da população
  • Aumento dos investimentos em defesa, em meio a tensões geopolíticas
  • Pressão populista por mais despesas, mesmo em países já muito endividados

Juntas, essas forças criam uma equação perigosa: mais dívida, mais vulnerabilidade e menos espaço para ajustes em emergências.

O endividamento já voltou ao nível da pandemia?

Quase lá — e subindo rápido.
No fim do segundo trimestre, a dívida pública global atingiu US$ 101,3 trilhões, um aumento de 9% em apenas um ano. Isso equivale a 97,6% do PIB mundial, segundo dados do IIF, que reúne mais de 400 instituições financeiras.

Se o ritmo continuar, o índice deve ultrapassar o pico registrado no pós-pandemia, quando chegou a 105% do PIB, e caminha para níveis históricos semelhantes aos do pós-Segunda Guerra Mundial.

Quais países estão puxando essa alta?

O grupo é formado justamente pelas maiores economias do mundo:
China, França, Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e Japão.
O caso mais preocupante é o dos Estados Unidos, cuja dívida federal pode chegar a 145% do PIB até 2050 caso nada mude. Para 2025, o déficit projetado é de 5,9% do PIB, segundo o Tesouro americano.

Esses números mostram que não se trata apenas de países pobres enfrentando dificuldades: são nações ricas gastando mais do que deveriam.

E o Brasil? A situação é mais grave do que parece?

Para muitos economistas, sim.
O endividamento brasileiro subiu mais de 6 pontos percentuais desde o início do governo Lula (PT) e pode alcançar 9 pontos até 2026 — um patamar considerado arriscado.

Segundo o FMI, a dívida pública bruta brasileira chegou a 89% do PIB no segundo trimestre, a maior entre os emergentes (que têm média de 72,7%). O único país em situação pior no grupo é a China.
Pelo critério do Banco Central, que exclui títulos na carteira da instituição, o número foi de 78,1% em setembro.

O ponto crítico é que dívidas grandes exigem juros mais altos para atrair compradores. Isso significa mais despesa para o governo e menos espaço para reduzir a Selic no futuro.

O que mantém essa trajetória de dívida crescente?

Há um elemento comum entre quase todos os países: déficits persistentes.
Quando despesas ficam cronicamente acima das receitas, o governo precisa se financiar com novos empréstimos — mesmo sabendo que isso agrava o problema.

O IIF destaca que ondas populistas ao redor do mundo têm travado reformas impopulares, como cortes de gastos e ajustes fiscais, que seriam essenciais para frear o endividamento.

Há risco de uma nova crise global?

Para alguns especialistas, sim.
O presidente do BIS, Pablo Hernández de Cos, afirmou recentemente que está “angustiado” com a forma como as dívidas soberanas estão crescendo e sendo financiadas.
Ele lembrou que, antes da crise de 2008, o BIS também alertou sobre riscos no crédito privado — e foi ignorado.

O Monitor Fiscal do FMI projeta que, em um cenário adverso, a dívida global pode atingir 117% do PIB em 2027, o maior nível desde os anos 1940.

Conclusão: o mundo está entrando em uma zona de risco?

Os dados mostram que sim. A tendência de alta é forte, persistente e sem sinal claro de reversão. Países ricos têm poupança elevada e capacidade de aumentar impostos; emergentes como o Brasil, não. Isso coloca o país em posição mais frágil caso o mercado exija juros maiores.

Acompanhe outras análises econômicas, tendências globais e impacto para o Brasil continuando a navegar pelo Brasilvest.

Perguntas Frequentes (FAQs)

A dívida global pode ultrapassar o nível pós-pandemia?

Sim. Com déficits crescentes, o FMI projeta que ela deve superar o pico de 105% do PIB nos próximos anos.

Por que os países estão se endividando tanto?

O avanço dos gastos públicos, o envelhecimento populacional, despesas com defesa e pressões políticas ampliam os déficits e empurram o endividamento para cima.

O Brasil está em situação pior que outros emergentes?

Sim. Pelo critério do FMI, o Brasil tem a maior dívida bruta entre os emergentes, exceto a China.

Dívida alta significa juros mais altos?

Em geral, sim. Quanto maior o risco, maior o juro exigido pelos investidores.

Países ricos podem conviver com dívidas maiores?

Podem, porque têm mais capacidade de arrecadação e poupança interna mais elevada, diferente da realidade brasileira.

O mundo corre risco de nova crise?

O BIS e o FMI alertam para riscos crescentes caso a trajetória de endividamento não seja corrigida.

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