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segunda-feira, dezembro 29, 2025
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Bolsa em alerta: o que esperar do mercado após o “Efeito Flávio 2026”?

A última sexta-feira virou a mesa no mercado brasileiro. Depois de uma semana em que o Ibovespa renovou máximas históricas e chegou a superar os 165 mil pontos, a confirmação de Flávio Bolsonaro como candidato da família para 2026 paralisou o rali e provocou a maior queda do índice desde 2021. Em questão de horas, o dólar disparou, os juros futuros saltaram e praticamente todas as ações viraram para o negativo.

O choque veio justamente quando o cenário internacional estava extremamente favorável para ativos de risco. Nos EUA, dados fracos de emprego elevaram para mais de 90% a probabilidade de corte de juros pelo Federal Reserve. Bolsas globais renovaram recordes, o dólar perdeu força e as commodities repetiram o bom desempenho — combinação perfeita para emergentes como o Brasil.

O que explica a reação tão violenta do mercado?

Segundo a Genial Investimentos, a leitura predominante foi política: a entrada de Flávio na disputa aumenta as chances de reeleição de Lula, porque o senador tem alta rejeição entre eleitores moderados, enfraquecendo a oposição. Isso elevou o risco percebido pelo mercado, travando o otimismo que vinha dominando os preços.

A volatilidade intensificou-se quando, no fim de semana, Flávio afirmou que pode desistir da candidatura, mas que “tem um preço para isso”. Horas depois, em entrevista na TV, esclareceu sua condição: a libertação de Jair Bolsonaro e a recuperação de sua elegibilidade — algo que exigiria uma combinação complexa de anistia no Congresso e revisão da decisão do Tribunal Eleitoral.

A volatilidade acabou? Ainda não — e esta semana será crucial

Para o JPMorgan, a queda forte de sexta-feira foi apenas o primeiro evento relevante do ciclo eleitoral — e não será o último. Porém, o banco acredita que, conforme novos desdobramentos apareçam, parte das perdas pode ser recuperada.

A Genial também reforça que os próximos dias serão decisivos para saber se o mercado conseguirá estabilizar ou se entrará em uma correção mais profunda.

E há um motivo para isso: estamos entrando na Super Quarta, quando acontecem simultaneamente:

  • Decisão do Federal Reserve sobre juros
  • Reunião do Copom no Brasil
  • Dados importantes de inflação no Brasil e nos EUA

Em condições normais, esse combo poderia impulsionar uma retomada caso as expectativas de cortes de juros se confirmem. Mas, como a Genial alerta, o tema eleitoral ganhou força suficiente para anular narrativas puramente macroeconômicas.

Por que o risco político pesa tanto agora?

O mercado passou a considerar que a candidatura de Flávio Bolsonaro enfraquece a competitividade da centro-direita e aumenta a probabilidade de continuidade do atual governo.
Esse movimento é interpretado como aumento estrutural de risco, reduzindo a disposição dos investidores para assumir posições mais agressivas.

Christian Iarussi, da The Hill Capital, afirma que o episódio demonstra que o mercado está extremamente sensível a qualquer sinal de deterioração institucional futura.

Ibovespa a 170 mil pontos ainda em 2025? Meta ficou mais difícil

Antes da turbulência política, havia consenso de que o Ibovespa poderia buscar novas máximas ainda neste ano.
Agora, segundo analistas, essa possibilidade existe, mas exige:

  • Corte de juros confirmado pelo Fed
  • Sinalização de queda da Selic já no começo de 2026
  • Diminuição rápida do risco político
  • Dados de inflação reforçando a narrativa dovish

Um conjunto robusto de notícias positivas seria necessário para reconduzir o índice à trajetória de alta — algo que parecia inevitável até a manhã de sexta-feira.

Conclusão: entre política e juros, o mercado fica sem bússola no curto prazo

A combinação de choque político e eventos macroeconômicos críticos torna os próximos dias determinantes para o rumo da Bolsa.

Se a instabilidade eleitoral persistir, o mercado pode adotar postura mais defensiva. Mas, se Fed e Copom entregarem sinais fortes e coordenados, pode haver fôlego para recuperação parcial.

Para seguir acompanhando as análises que importam para o seu dinheiro, continue navegando pelo Brasilvest.

Perguntas Frequentes (FAQs)

O que foi o “Efeito Flávio 2026”?

Foi a forte reação negativa do mercado após a confirmação de Flávio Bolsonaro como candidato em 2026.

Por que a Bolsa caiu tanto na sexta-feira?

Porque investidores interpretaram a candidatura como aumento de risco político e institucional.

O dólar subiu por causa disso?

Sim. A incerteza levou investidores a buscar proteção, impulsionando o dólar e os juros futuros.

O mercado pode se recuperar esta semana?

Pode, especialmente se Fed e Copom sinalizarem cortes de juros em 2026 — mas o risco político pode limitar o movimento.

A desistência de Flávio mudaria o cenário?

Depende das condições impostas e da evolução do tema da anistia envolvendo Jair Bolsonaro.

O Ibovespa ainda pode bater recordes em 2025?

Pode, mas agora exige um conjunto muito maior de notícias positivas e redução rápida das tensões políticas.

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