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segunda-feira, dezembro 29, 2025
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Metade das mulheres rejeita sobrenome do marido em SP

O que antes parecia regra virou exceção: cada vez mais mulheres em São Paulo estão deixando de adotar o sobrenome do marido no casamento. Dados recentes dos cartórios paulistas mostram uma transformação marcante no comportamento das novas gerações — e indicam um movimento cultural que vem ganhando força há duas décadas.

Segundo registros de 2024, 49% das mulheres casadas optaram por manter seu nome de origem, o menor percentual desde o início da série histórica, em 2003. Das mais de 241 mil uniões formalizadas no estado, pouco mais de 120 mil resultaram em alteração do sobrenome.

Por que cada vez menos mulheres adotam o sobrenome do marido?

Historicamente, a prática era uma obrigação — reflexo direto de uma sociedade patriarcal, em que a mulher era incorporada à família do marido.

Com as mudanças no Código Civil e o avanço das discussões sobre igualdade de gênero, essa exigência desapareceu. Hoje, atualizar o sobrenome é uma escolha pessoal, não uma regra.

Especialistas apontam três pilares para essa mudança:
Independência feminina
Acesso à informação
Maior valorização da identidade individual

Segundo registradores, adotar ou não o sobrenome não muda nada na vida civil ou jurídica do casal. É, antes de tudo, uma decisão íntima.

O que dizem os dados desde 2003?

Quando o novo Código Civil entrou em vigor, 77,8% das mulheres mudavam o sobrenome ao casar. De lá para cá, o número só cai — e 2024 marcou o menor índice da história.

A mudança acompanha outros avanços legais, como novos regimes de bens, maior autonomia no casamento e a possibilidade de ambos os cônjuges trocarem sobrenomes.

E os homens? Por que quase nenhum adota o sobrenome da esposa?

Embora permitido há mais de 20 anos, a mudança ainda encontra forte resistência entre os homens.

Em 2003, apenas 3,8% adotaram o sobrenome da esposa. Em 2024, o número despencou para 0,88% — menos de 1% das uniões.

Os motivos mais citados são:
• Tradição social ainda muito forte
• Custo e burocracia da atualização de documentos
• Falta de hábito e pouca aceitação cultural

Casais estão optando por sobrenomes compartilhados?

Sim, mas esse grupo também não cresceu. A opção de ambos adicionarem o sobrenome um do outro caiu levemente:
• 2003: 9,7% dos casais
• 2024: 8,4%

Ou seja, a maior transformação está mesmo na decisão das mulheres de manter seu nome como está.

Conclusão

A queda no número de mulheres que adotam o sobrenome do marido mostra um Brasil em mudança, mais plural e com relações conjugais menos baseadas em tradição e mais na autonomia individual. Embora a sociedade ainda carregue padrões antigos, os dados revelam que as novas gerações estão redesenhando o que significa casar — e isso inclui manter sua própria identidade.

Para acompanhar mais movimentos sociais, tendências e análises atuais, continue navegando pelo Brasilvest.

Perguntas Frequentes (FAQs)

Adotar o sobrenome do marido ainda é obrigatório?

Não. A escolha é totalmente opcional desde o Código Civil de 2003.

A troca de sobrenome interfere no casamento?

Não. A mudança tem caráter apenas pessoal e não afeta direitos ou obrigações legais.

O homem pode adotar o sobrenome da esposa?

Sim. A legislação permite, embora a prática seja rara.

É possível que ambos adotem o sobrenome um do outro?

Sim. O Código Civil autoriza a inclusão mútua dos sobrenomes.

Por que tantas mulheres estão mantendo seus nomes?

Por questões de identidade, igualdade de gênero, praticidade e mudança cultural.

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