Em meio a uma economia praticamente parada e à inflação no teto da meta, o Banco Central manteve, pela quarta vez consecutiva, a taxa Selic em 15% ao ano — o maior patamar desde 2006.
A decisão, anunciada nesta quarta-feira (10), reforça a postura cautelosa do Comitê de Política Monetária num momento em que o crescimento econômico desacelera: o PIB do terceiro trimestre avançou apenas 0,1%.
Mesmo com sinais de perda de fôlego da atividade, a autoridade monetária optou por não reduzir os juros, indicando que ainda vê riscos relevantes no balanço de inflação.
O que significa manter a Selic em 15%?
Com a decisão, a Selic permanece:
• no nível mais alto em quase duas décadas
• acumulando quatro reuniões seguidas sem cortes
• pressionando crédito, consumo e investimento
O ciclo de alta levou a Selic aos 15% em junho — o maior nível desde julho de 2006, quando estava em 15,25%. Desde então, o BC não mudou a taxa, alegando que a inflação segue resistente e exige vigilância adicional.
Se a economia esfriou, por que o BC não cortou juros?
Mesmo com o PIB fraco, três fatores pesaram na decisão:
• a inflação voltou ao teto da meta
• expectativas para os próximos meses ainda estão desancoradas
• o BC considera o cenário cheio de incertezas fiscais e políticas
Para o Comitê, cortar juros agora poderia reacender pressões inflacionárias num momento de fragilidade das projeções.
A desaceleração da economia preocupa?
Sim — o dado de 0,1% de crescimento no terceiro trimestre reforça que a atividade perdeu força.
Consumo mais fraco, crédito caro e desaceleração do mercado de trabalho ajudam a explicar o ritmo lento.
Ainda assim, o BC tem deixado claro que sua prioridade é convergir a inflação para o centro da meta, mesmo que isso custe algum desempenho econômico no curto prazo.
O que pode acontecer nas próximas reuniões?
Com a economia enfraquecida e a inflação mostrando sinais mistos, o mercado acredita que:
- cortes só devem começar em 2026,
- e apenas se as expectativas de inflação melhorarem.
O BC, por sua vez, reforça que tudo dependerá dos dados que serão divulgados nos próximos meses.
Conclusão: o Brasil segue preso a juros altos — por enquanto
A decisão de manter a Selic em 15% evidencia um Banco Central ainda extremamente conservador, priorizando o controle da inflação acima de qualquer estímulo econômico.
O movimento deixa claro que o caminho para juros menores será lento e condicionado a uma melhora consistente nos indicadores.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
Por que o BC manteve a Selic em 15%?
Porque vê riscos inflacionários e prefere aguardar sinais mais firmes de desaceleração de preços.
A economia está desacelerando?
Sim. O PIB do 3º trimestre cresceu apenas 0,1%.
A inflação está controlada?
Ela voltou ao teto da meta, mas ainda preocupa o BC.
Quando os juros podem começar a cair?
O mercado aposta em cortes apenas em 2026, dependendo da inflação.
Juros altos são positivos ou negativos?
Ajudam a controlar preços, mas encarecem crédito e reduzem atividade econômica.
Essa decisão impacta meu dia a dia?
Sim. Financiamentos, empréstimos e consumo ficam mais caros com a Selic alta.









