O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, elevou o tom contra a Enel (ENBR3) após mais um apagão provocado por ventos fortes atingir a região metropolitana. Segundo ele, a atuação da concessionária no restabelecimento da energia é “absolutamente insuficiente”, e a normalização completa do serviço pode levar dias, repetindo um cenário que já se tornou frequente em 2025.
A declaração foi feita durante um evento de entrega de moradias em Carapicuíba, onde o governador afirmou que as áreas atendidas pela Enel concentraram os maiores atrasos. Diante da recorrência dos problemas, Tarcísio disse que avalia uma intervenção como alternativa para forçar investimentos e mudanças estruturais na rede elétrica.
Por que Tarcísio fala em intervenção na Enel?
De acordo com o governador, a concessionária apresenta menor velocidade de resposta do que outras empresas do setor em situações de eventos climáticos extremos. Relatórios técnicos e ofícios já foram enviados à Aneel, responsável pela fiscalização do contrato, cobrando providências mais duras.
A discussão ganhou força após a área técnica do TCU recomendar que a Aneel produza estudos sobre riscos, impactos e consequências de uma eventual intervenção na empresa — medida considerada extrema, mas cada vez mais citada diante da repetição dos apagões.
O problema é pontual ou recorrente?
Longe de ser um episódio isolado, os apagões se repetiram ao longo de 2025. Temporais em janeiro, fevereiro e março deixaram dezenas de milhares de imóveis sem energia, aumentando a pressão política e a insatisfação da população.
Segundo Tarcísio, o maior problema é a baixa previsibilidade na retomada do serviço. Em muitos casos, moradores ficam dias sem energia, o que afeta diretamente comércio, hospitais, transporte e a rotina das famílias.
O Estado pode intervir diretamente?
O governador ressaltou que o Estado não tem instrumentos regulatórios diretos para impor mudanças na concessão. Essa atribuição cabe exclusivamente à Aneel. Ainda assim, ele defende a intervenção como alternativa à caducidade do contrato, desde que seja financeiramente viável e focada na modernização da rede.
O contrato da Enel vence em 2028. A empresa tentou antecipar a renovação, mas o processo foi barrado pela Justiça paulista.
Enel responde com promessa de reconstrução da rede
Para justificar os apagões, a Enel (ENBR3) afirmou que os eventos climáticos causaram danos severos à infraestrutura, exigindo uma reconstrução completa da rede em algumas regiões. A explicação, no entanto, não convenceu o governo estadual nem os prefeitos mais afetados.
Prefeitura também reage e contesta dados da empresa
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), também criticou duramente a concessionária. Ele afirmou que a falta de equipes tem dificultado tanto o restabelecimento da energia quanto a retirada de árvores caídas.
Segundo a prefeitura, a Enel informou ter 1,5 mil equipes em operação, mas dados do sistema SmartSampa indicaram menos de 40 veículos circulando em um único dia. Diante disso, o município notificou formalmente a Enel e a Aneel por meio da Procuradoria-Geral.
O que está em jogo agora?
Além da possível intervenção, Tarcísio voltou a criticar o modelo atual de concessão, defendendo a divisão do contrato em duas áreas menores para facilitar fiscalização e cobrança por resultados. Para ele, sem mudanças estruturais, os apagões tendem a se repetir a cada novo temporal.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
Por que Tarcísio cogita intervir na Enel?
Porque considera a resposta da empresa lenta e insuficiente após apagões recorrentes.
O que causou o novo apagão em São Paulo?
Ventania forte associada a eventos climáticos extremos danificou a rede elétrica.
O governo estadual pode intervir diretamente?
Não. A competência é da Aneel, mas o Estado pressiona por medidas mais duras.
O contrato da Enel está perto do fim?
Sim. O contrato vence em 2028.
A prefeitura apoia a intervenção?
Sim. O prefeito Ricardo Nunes também defende ação mais firme contra a concessionária.
Os apagões devem continuar?
Segundo o governo, sem investimentos e mudanças, os problemas tendem a se repetir.









