Com a busca por renda fixa sem Imposto de Renda, dois investimentos passaram a chamar cada vez mais atenção do investidor brasileiro: CRIs e CRAs. Esses títulos bateram recorde de captação e se consolidaram como alternativas relevantes para quem quer retorno atrativo sem mordida do Leão.
Segundo dados da Anbima, os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) somaram R$ 91,1 bilhões em captação, impulsionados pelo ciclo de juros elevados e pelo apelo da isenção de IR — um diferencial decisivo para muita gente.
O que são CRIs e CRAs, afinal?
CRIs e CRAs são títulos de renda fixa securitizados. Isso significa que eles transformam créditos futuros em investimentos negociáveis no mercado financeiro.
No caso dos CRIs, empresas do setor imobiliário — como construtoras e incorporadoras — antecipam valores que só receberiam no futuro com a venda de imóveis. Esses recebíveis viram títulos, comprados por investidores que recebem juros em troca.
Já os CRAs funcionam da mesma forma, mas ligados ao agronegócio. Os pagamentos futuros de safras agrícolas são transformados em títulos, permitindo que produtores ou empresas do setor obtenham recursos agora e remunerem o investidor ao longo do tempo.
Qual a diferença entre CRIs, CRAs e LCI ou LCA?
Aqui está um ponto crucial. Enquanto LCIs e LCAs são emitidas por bancos, os CRIs e CRAs são emitidos por securitizadoras.
Isso muda o risco do investimento. Nos CRIs e CRAs, o risco está ligado à empresa que originou o crédito, não a uma instituição financeira. Se essa empresa não pagar, o investidor pode ter prejuízo.
Outro detalhe importante: CRIs e CRAs não contam com a proteção do FGC. Diferentemente de CDBs, LCIs ou LCAs, não há garantia de até R$ 250 mil em caso de problema.
Por que CRIs e CRAs são isentos de Imposto de Renda?
A isenção de IR é uma política de incentivo. O objetivo é estimular investimentos em dois setores estratégicos da economia brasileira: imobiliário e agronegócio.
Na prática, isso significa que todo o rendimento prometido é líquido, o que aumenta bastante a atratividade, principalmente em cenários de juros elevados.
Como funciona a rentabilidade desses títulos?
Os CRIs e CRAs podem ter diferentes formatos de remuneração:
- Prefixados, com taxa definida no momento da aplicação
- Pós-fixados, atrelados ao CDI ou à inflação (IPCA)
- Híbridos, como IPCA + taxa fixa
Esse leque permite escolher títulos mais conservadores ou com maior potencial de ganho, dependendo do perfil do investidor.
Existe risco ao investir em CRIs e CRAs?
Sim, e ele não pode ser ignorado. Além do risco de crédito, esses títulos têm baixa liquidez. Ou seja, pode ser difícil vender antes do vencimento se não houver comprador no mercado.
Por isso, CRIs e CRAs são indicados para quem pode carregar o investimento até o fim, evitando perdas por venda antecipada.
Para quem esse tipo de investimento faz sentido?
CRIs e CRAs costumam ser mais adequados para investidores que:
- Buscam renda fixa isenta de IR
- Aceitam risco maior que CDBs e LCIs
- Têm horizonte de médio ou longo prazo
- Entendem a importância de analisar o emissor e a estrutura do título
Quando bem escolhidos, podem complementar muito bem uma carteira diversificada.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
O que são CRIs?
São títulos de renda fixa ligados a recebíveis do setor imobiliário.
O que são CRAs?
São títulos semelhantes aos CRIs, mas vinculados ao agronegócio.
CRIs e CRAs pagam Imposto de Renda?
Não. São isentos de IR para pessoa física.
CRIs e CRAs têm garantia do FGC?
Não. Esses títulos não contam com FGC.
Qual é o principal risco desses investimentos?
O risco de crédito do emissor e a baixa liquidez.
Vale a pena investir em CRIs e CRAs?
Sim, desde que o investidor entenda os riscos e escolha bem os títulos.









