Uma megaoperação fiscal contra o Grupo Refit, um dos maiores conglomerados do setor de combustíveis, foi deflagrada pela Receita Federal e por diversas autoridades brasileiras para desarticular um sofisticado esquema de sonegação de impostos e lavagem de dinheiro que teria deixado um rombo bilionário nos cofres públicos.
A ação, chamada de Operação Poço de Lobato, cumpre mais de 126 mandados de busca e apreensão em várias unidades da federação, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Maranhão e Distrito Federal, com participação de órgãos estaduais e federais.
Grupo Refit: maior devedor contumaz do país
Segundo as investigações, o Grupo Refit — controladora da antiga Refinaria de Manguinhos — é atualmente considerado o maior devedor tributário do Brasil, com débitos fiscais que ultrapassam R$ 26 bilhões.
As autoridades afirmam que o grupo teria movimentado mais de R$ 70 bilhões em um ano por meio de uma rede complexa de empresas próprias, fundos de investimento e offshores internacionais para ocultar receitas e reduzir legalmente o pagamento de tributos.
Como funcionava o esquema?
De acordo com apurações da Receita e do Ministério Público, o esquema incluía práticas como:
- Importação com falsa declaração de conteúdo
- Simulação de operações interestaduais
- Uso de pessoas interpostas para driblar a fiscalização
- Movimentação via holdings e offshores para ocultar patrimônio
As fraudes teriam abrangido toda a cadeia de combustíveis, desde a importação até a venda em postos distribuidores.
O impacto da operação
A Operação Poço de Lobato mobilizou mais de 600 agentes e tem como objetivos principais:
- Bloquear bens e recursos dos investigados para recuperar créditos tributários
- **Quebrar estruturas fraudulentas usadas para evasão fiscal
- Impedir a continuidade de delitos contra a ordem tributária e econômica
Mais de R$ 10 bilhões já foram bloqueados cautelarmente em bens vinculados ao grupo e aos envolvidos.
Consequências para o mercado de combustíveis
O setor de combustíveis já vinha sob atenção devido a casos de irregularidades e fraudes fiscais. Especialistas destacam que crimes tributários em larga escala prejudicam a concorrência, corroem a arrecadação pública e elevam o risco de práticas ilegais no segmento.
O esquema também pode ter efeito indireto no mercado, ao aumentar a pressão regulatória e política para endurecer regras contra devedores contumazes no Brasil. Recentemente, o Congresso aprovou um projeto para restringir empresas que repetidamente sonegam impostos, visando combater práticas semelhantes às investigadas no Grupo Refit.
Disputa judicial e defesa do Grupo
O Grupo Refit e seus representantes afirmam que os débitos fiscais contestados estão sendo discutidos judicialmente e que a situação representa uma disputa jurídica legítima, não necessariamente fraude. Eles argumentam que questionam determinadas cobranças tributárias da mesma forma que outras grandes empresas fazem em disputas fiscais.
Mesmo assim, a Receita e o Ministério Público mantêm que há evidências robustas de um sistema estruturado de sonegação e lavagem de dinheiro.
Conclusão
A operação contra o Grupo Refit expõe um dos maiores casos de sonegação fiscal já investigados no Brasil, com débitos bilionários, uso sofisticado de estruturas financeiras e ampla movimentação econômica suspeita.
A ação representa uma ofensiva histórica da Receita Federal e das autoridades contra crimes tributários, com impactos que podem reverberar no mercado de combustíveis e na legislação fiscal do país.
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Perguntas Frequentes (FAQ)
O que é a Operação Poço de Lobato?
É uma megaoperação fiscal que investiga sonegação de impostos e lavagem de dinheiro envolvendo o Grupo Refit e empresas ligadas ao setor de combustíveis.
Por que o Grupo Refit foi alvo?
Porque as autoridades identificaram um esquema complexo de evasão fiscal que resultaria em débitos superiores a R$ 26 bilhões.
Quantos mandados foram cumpridos?
Foram cumpridos mais de 126 mandados de busca e apreensão em vários estados.
Quanto foi bloqueado pela Justiça?
Mais de R$ 10 bilhões em bens e recursos já foram bloqueados cautelarmente.
O esquema afetava qual parte do setor?
A fraude abrangia desde a importação de combustíveis até a comercialização nos postos.
O Grupo Refit nega as acusações?
Sim. O grupo afirma que está questionando judicialmente os débitos e que isso é parte de uma disputa tributária legítima.









