A contagem regressiva para a taxação dos dividendos em 2026 já está fazendo barulho no mercado. Antes que a nova regra entre em vigor, gigantes da Bolsa correram para garantir vantagem aos investidores. Itaú (ITUB4) e Vale (VALE3) saíram na frente e anunciaram dividendos extraordinários bilionários, acendendo o alerta: essa pode ser só a primeira onda.
O movimento não é aleatório. Ele faz parte de uma estratégia clara para driblar o novo imposto e preservar a rentabilidade de quem vive de renda com ações.
Por que Itaú e Vale anteciparam dividendos?
Somadas, as duas empresas anunciaram R$ 38,7 bilhões em proventos. Desse total, R$ 28,6 bilhões são dividendos e o restante corresponde a Juros sobre Capital Próprio (JCP), que já seguem regras diferentes de tributação.
A pressa tem explicação. Com a sanção presidencial, passa a valer a cobrança de 10% de Imposto de Renda na fonte para investidores que receberem mais de R$ 50 mil por mês em dividendos de uma única empresa, a partir de 2026.
Ou seja, quem anuncia dividendos ainda em 2025 garante isenção, mesmo que o pagamento aconteça apenas nos anos seguintes.
Outras empresas também vão pagar dividendos extraordinários?
Tudo indica que sim. Após o movimento de Itaú e Vale, várias companhias decidiram entrar no mesmo embalo para aproveitar a janela tributária.
Já anunciaram dividendos antecipados nomes como Eztec, Metalúrgica Gerdau (GOAU4), Gerdau (GGBR4), Lavvi, Marcopolo (POMO4) e Blau Farmacêutica (BLAU3).
Segundo projeções de grandes bancos de investimento, outras empresas estão na fila dos anúncios, incluindo Direcional, Cyrela, Copel (CPLE6), Energisa (ENGI11), ISA Energia (ISAE4), Unifique, Ambev (ABEV3) e Usiminas (USIM5).
O cenário é claro: 2025 virou o último grande ano dos dividendos isentos.
A nova taxação vai afetar todo mundo?
Apesar do medo inicial, o impacto direto será bem menor do que muitos imaginam. A expectativa é que a nova regra atinja cerca de 150 mil investidores, o que representa menos de 1% dos CPFs cadastrados na B3.
Além disso, dividendos declarados até o fim de 2025 poderão ser pagos até 2028, sem incidência do novo imposto. Na prática, isso antecipa ganhos que só chegariam mais à frente.
Para a maioria dos pequenos e médios investidores, nada muda no curto prazo.
O grande erro que muitos investidores estão cometendo agora
Com tantos anúncios chamativos, cresce a tentação de comprar ações apenas pelo valor do dividendo anunciado. E é exatamente aí que mora o perigo.
Especialistas alertam que focar só no montante distribuído pode levar a decisões ruins. O mais importante continua sendo avaliar a qualidade do negócio, o balanço financeiro e a capacidade da empresa de gerar caixa no futuro.
Dividendos extraordinários são bem-vindos, mas não sustentam uma estratégia sozinhos.
Como montar uma estratégia inteligente de dividendos?
Em um cenário de mudança tributária, a escolha das ações precisa ser ainda mais criteriosa. Empresas sólidas, com histórico consistente de geração de caixa, tendem a atravessar esse novo ciclo com mais segurança.
O investidor que pensa no longo prazo deve buscar consistência, e não apenas oportunidades pontuais.
Para acompanhar análises práticas, entender quais ações realmente fazem sentido para renda passiva e não cair em armadilhas do mercado, continue navegando pelo Brasilvest.
Perguntas Frequentes (FAQs)
Dividendos pagos em 2025 ainda serão isentos?
Sim. Todos os dividendos declarados até o fim de 2025 permanecem isentos, mesmo que o pagamento ocorra depois.
Quem vai pagar o novo imposto sobre dividendos?
Apenas investidores que receberem mais de R$ 50 mil por mês em dividendos de uma única empresa, a partir de 2026.
Vale a pena comprar ações só por dividendos extraordinários?
Não é o ideal. O investidor deve analisar fundamentos, geração de caixa e sustentabilidade do negócio.
Mais empresas podem anunciar dividendos até o fim de 2025?
Sim. O mercado espera uma nova onda de anúncios nos próximos meses.
A tributação muda a estratégia de renda passiva?
Para a maioria dos investidores, o impacto é limitado, mas planejamento passa a ser ainda mais importante.









