5 C
Nova Iorque
32.1 C
São Paulo
segunda-feira, dezembro 29, 2025
spot_img

Mercado aposta alto em 2026 — e pode quebrar a cara, alerta JPMorgan

O mercado brasileiro pode estar confiante demais — e cauteloso de menos. Essa é a avaliação do JPMorgan, que fez um alerta direto aos investidores: há um excesso de “wishful thinking” em torno das eleições de 2026, especialmente na aposta de uma guinada política à direita que pode não se concretizar.

Segundo o banco, esse viés otimista ignora riscos relevantes e pode gerar surpresas negativas nos preços dos ativos brasileiros.

Otimismo político pode estar descolado da realidade

Em relatório recente, o JPMorgan aponta que parte significativa dos investidores locais já opera como se um cenário mais favorável ao mercado fosse inevitável em 2026. O problema? Os dados não garantem isso.

Analistas do banco ouviram gestores e estrategistas durante o evento anual da EMTA (Associação de Negociação de Mercados Emergentes) e perceberam um padrão claro:
o mercado parece precificar desejo, não necessariamente probabilidade.

Lula segue competitivo e isso muda o jogo

O relatório destaca um ponto incômodo para parte do mercado: o poder do incumbente.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém vantagens estruturais importantes, como:

  • força política
  • base eleitoral consolidada
  • programas de transferência de renda

Esses fatores, segundo o JPMorgan, aumentam a incerteza eleitoral e tornam arriscada qualquer aposta antecipada em mudança de rumo.

Direita fragmentada amplia risco político

Outro fator de alerta é a fragmentação do campo da direita, agravada após o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro ao filho, Flávio Bolsonaro.

Na avaliação do banco, esse cenário dificulta a construção de um nome competitivo e eleva o risco de manchetes negativas, como já ocorreu no início de dezembro, quando:

  • a bolsa caiu forte
  • o dólar disparou
  • os juros futuros subiram

Tudo isso após ruídos políticos e fiscais.

Dívida brasileira entra no radar de risco

Apesar dos juros altos tornarem os ativos locais atrativos no papel, o JPMorgan afirma que isso não é suficiente para compensar os riscos.

Alguns analistas ouvidos pelo banco chegaram a recomendar evitar exposição à dívida brasileira, ao menos até que haja:

  • mais clareza sobre o cenário eleitoral
  • sinalização fiscal mais sólida

O recado é claro: carrego alto não elimina risco político.

Emergentes ainda atraem, mas dólar pode surpreender

O relatório também traz uma visão mais ampla sobre mercados emergentes. Segundo o JPMorgan:

  • o carry trade segue atrativo em várias moedas emergentes
  • baixa preocupação com recessão global no curto prazo

Por outro lado, o banco alerta que o dólar pode não ser tão fraco em 2026 quanto muitos investidores esperam — o que afeta diretamente fluxos para países como o Brasil.

Juros globais e Fed entram no radar

Outro ponto sensível citado no relatório é o baixo espaço para cortes agressivos de juros, tanto em economias desenvolvidas quanto emergentes.

Além disso, o JPMorgan chama atenção para um risco pouco precificado: a troca no comando do Federal Reserve, com a saída de Jerome Powell prevista para o primeiro semestre.
Mudanças na independência do Fed podem gerar volatilidade global.

Alerta final: cautela é a palavra-chave

O recado do JPMorgan é direto: o mercado brasileiro pode estar correndo à frente dos fatos. Apostar tudo em um cenário político idealizado pode custar caro.

Em um ambiente de incerteza fiscal, eleição indefinida e riscos externos, gestão de risco volta a ser mais importante do que narrativa otimista.

Para acompanhar análises que conectam política, mercado e investimentos sem ilusões, continue navegando pelo Brasilvest.

Perguntas Frequentes (FAQs)

O mercado está otimista demais com 2026?

Segundo o JPMorgan, sim. Há excesso de expectativa positiva sem base sólida.

Lula ainda é competitivo eleitoralmente?

Sim. O banco destaca o poder do incumbente e programas sociais.

Por que a dívida brasileira preocupa?

Por causa dos riscos fiscais e da incerteza política, apesar dos juros altos.

Emergentes ainda são atrativos?

Sim, especialmente via carry trade, mas com cautela.

O dólar pode surpreender em 2026?

Pode. O JPMorgan vê menos espaço para um dólar muito fraco.

spot_img

Artigos Relacionados

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Fique Conectado
20,145FãsCurtir
51,215SeguidoresSeguir
23,456InscritosInscrever
Publicidadespot_img

Veja também

Brasilvest
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.