Em meio a ruídos internacionais e desgaste dentro da própria base, Flávio Bolsonaro (PL-RJ) surpreendeu ao se afastar publicamente de Donald Trump. O senador afirmou que não vê vantagem em ter sua imagem “colada” ao ex-presidente dos Estados Unidos, declaração que chama atenção justamente porque parte do bolsonarismo sempre exaltou essa proximidade.
A fala acontece em um momento sensível para a direita brasileira e expõe tensões internas que podem pesar na corrida presidencial de 2026.
Por que Flávio decidiu se distanciar de Trump agora?
A declaração foi feita durante entrevista ao canal LeoDias TV, poucos dias após Trump retirar sanções impostas ao ministro do STF Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky. O gesto caiu como uma bomba entre militantes bolsonaristas, que esperavam endurecimento — não recuo.
Segundo Flávio, a associação direta com Trump não ajuda sua pré-candidatura e pode até gerar desgaste adicional. Em tom direto, ele afirmou não saber “se é bom” ter Trump vinculado à sua imagem neste momento.
Retirada das sanções gerou revolta na base bolsonarista
A decisão da Casa Branca incluiu também a exclusão de Viviane Barci, esposa de Moraes, e do Instituto Lex, ligado à família do magistrado. Para a militância de direita, o movimento foi interpretado como traição.
As redes sociais foram tomadas por críticas a Trump, com termos como “decepção”, “abandono” e “game over” aparecendo entre apoiadores do bolsonarismo. O episódio escancarou um racha emocional entre parte da base e o ex-presidente americano.
Flávio nega enfraquecimento da família Bolsonaro
Apesar do desgaste, Flávio rejeitou a ideia de que a retirada das sanções represente perda de força política da família Bolsonaro. Ele também negou que o irmão Eduardo Bolsonaro tenha qualquer influência sobre decisões de Trump.
Segundo o senador, as sanções — e a retirada delas — não têm relação com sua candidatura e não foram resultado de articulações políticas familiares.
“Bolsonaro mais centrado”: a promessa para 2026
Flávio reafirmou que não abrirá mão da candidatura e garantiu que “terá um Bolsonaro nas urnas” em 2026. Mas com uma diferença: ele promete um perfil mais moderado, focado em diálogo.
O senador reconheceu que o principal erro do governo do pai foi a comunicação, e disse buscar uma postura mais conciliadora, inclusive com adversários políticos. A estratégia mira públicos em que o bolsonarismo teve dificuldade, como mulheres, eleitores do Nordeste e população de baixa renda.
Direita fragmentada e indefinições no horizonte
Questionado sobre outros nomes da direita — como Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado, Ratinho Júnior e Romeu Zema —, Flávio evitou se comprometer. Disse que o único nome oficialmente colocado é o dele e que caberia aos outros decidir se o apoiariam.
Ele também revelou preferência por uma mulher como vice, numa tentativa clara de ampliar o alcance eleitoral.
O que essa fala revela sobre 2026?
Ao afastar Trump, Flávio sinaliza que a estratégia para 2026 pode ser menos ideológica e mais pragmática. O movimento busca reduzir ruídos externos e reconstruir pontes com eleitores fora do núcleo duro bolsonarista.
Resta saber se a base aceitará essa mudança de tom — ou se o distanciamento internacional custará apoio interno.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
Flávio Bolsonaro desistiu da candidatura?
Não. Ele reafirmou que seguirá como pré-candidato em 2026.
Por que Trump virou problema para a campanha?
A retirada de sanções gerou forte reação negativa na base bolsonarista.
Flávio rompeu com Trump?
Não oficialmente, mas disse que a associação pode não ser positiva agora.
Ele pretende ser diferente do pai?
Sim. Promete um perfil mais moderado e com mais diálogo.
A direita está unida para 2026?
Ainda não. Há fragmentação e indefinições entre os principais nomes.









