Com o avanço da inteligência artificial, empresas emergentes usam tecnologia para automatizar processos e competir em mercados cada vez mais disputados.
A inteligência artificial deixou de ser tendência para se tornar um diferencial estratégico nas startups brasileiras. Em meio à busca por eficiência e escalabilidade, empresas jovens e inovadoras estão adotando soluções de IA para automatizar rotinas, tomar decisões mais rápidas e reduzir custos operacionais — especialmente em setores como logística, saúde, varejo e finanças.
Segundo dados da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), cerca de 36% das startups fundadas nos últimos dois anos já nascem com algum componente de inteligência artificial em seus modelos de negócio. Essa transformação se intensificou após a pandemia e com a popularização de ferramentas generativas, como o ChatGPT e o Gemini.
“Automatizamos o atendimento ao cliente com IA e reduzimos em 42% o volume de chamados manuais”, afirma Leonardo Franco, CEO da Medixbot, startup de saúde digital que oferece triagem automatizada. “Foi essencial para escalar sem aumentar o time.”
Além da automação de atendimento, startups estão utilizando IA para análise de dados em tempo real, personalização de ofertas e até precificação dinâmica. É o caso da PreçoCerto, empresa de inteligência comercial que usa algoritmos próprios para sugerir preços mais competitivos conforme o perfil do consumidor e o comportamento do mercado.
Reportagem da Bloomberg destaca que o ecossistema brasileiro vive um “boom silencioso” na aplicação prática de IA, principalmente entre empresas de médio porte com cultura digital sólida. A expectativa é que o uso estratégico da tecnologia se torne uma exigência de sobrevivência, e não mais uma vantagem competitiva isolada.
No entanto, especialistas alertam que o uso indiscriminado de IA, sem validação de dados e com decisões mal treinadas, pode levar a erros graves. “É preciso responsabilidade, governança e clareza sobre os limites da automação”, afirma a consultora em inovação Mariana Fonseca, ouvida pelo Valor Econômico.
Com custos mais baixos e acesso facilitado a APIs de modelos poderosos, as startups brasileiras devem seguir liderando a adoção da inteligência artificial de forma criativa — transformando desafios operacionais em oportunidades de crescimento.