O mercado de fundos imobiliários começou a sexta-feira com uma novidade relevante. O REC Logística (RELG11) anunciou a criação de um programa de recompra de cotas próprias, movimento que costuma chamar a atenção de investidores quando ocorre abaixo do valor patrimonial.
A decisão foi aprovada em Assembleia Geral Extraordinária e abre espaço para uma possível redução no número de cotas em circulação ao longo de 2026, o que pode impactar diretamente a dinâmica de oferta e demanda do fundo.
Quantas cotas o RELG11 pode recomprar?
De acordo com o comunicado ao mercado, o programa autoriza a recompra de até 10% das cotas em circulação, o equivalente a 133.456 cotas.
O período de vigência vai de 2 de janeiro de 2026 até 17 de dezembro de 2026, totalizando até 12 meses para que a gestora avalie o melhor momento de executar as compras.
Existe alguma regra para a recompra?
Sim, e esse é um ponto importante. O RELG11 só poderá recomprar cotas se o preço de mercado estiver abaixo do valor patrimonial do dia imediatamente anterior à operação.
Essa condição funciona como uma proteção ao cotista, já que evita que o fundo use recursos para recomprar cotas consideradas caras do ponto de vista patrimonial.
O que acontece com as cotas recompradas?
Segundo o fundo, todas as cotas adquiridas serão canceladas. Na prática, isso reduz o número total de cotas em circulação no mercado.
Quando isso acontece, cada cotista passa a deter uma participação ligeiramente maior no patrimônio do fundo, o que pode gerar impacto positivo no longo prazo, dependendo do contexto e da execução do programa.
A recompra é garantida?
Não. O próprio administrador deixou claro que o programa não é uma obrigação. Ou seja, o fundo não é obrigado a recomprar nenhuma cota.
A execução depende:
- Das condições de mercado
- Da avaliação interna da gestora
- Da relação entre preço de mercado e valor patrimonial
Portanto, trata-se de uma possibilidade, e não de uma certeza.
Por que fundos fazem recompra de cotas?
Na bolsa, programas de recompra costumam sinalizar que a gestão entende que o ativo está descontado. É uma forma de:
- Demonstrar confiança no fundo
- Alocar capital de maneira estratégica
- Reduzir excesso de oferta no mercado
Desde maio de 2025, a CVM passou a autorizar formalmente que fundos imobiliários e fiagros adotem esse tipo de programa, algo que antes era comum apenas entre empresas listadas.
Recompras devem se espalhar em 2026?
Ainda não há consenso. Segundo pesquisa recente do BTG Pactual com gestoras de FIIs, o mercado segue dividido sobre a adoção desse tipo de estratégia ao longo de 2026.
O levantamento mostra que, quando o assunto é crescimento de portfólio, muitas gestoras ainda preferem emissões privadas, mantendo uma tendência observada ao longo de 2025.
O que o investidor deve observar agora?
Mais do que o anúncio em si, o investidor precisa acompanhar:
- Se a recompra realmente será executada
- Em que momentos ela acontece
- O impacto sobre liquidez e preço das cotas
Programas como esse podem ser positivos, mas não substituem análise de fundamentos, qualidade dos ativos e estratégia de longo prazo do fundo.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
Qual fundo anunciou o programa de recompra?
O fundo imobiliário REC Logística (RELG11)
Quantas cotas podem ser recompradas?
Até 133.456 cotas, o equivalente a 10% das cotas em circulação
A recompra é obrigatória?
Não. O fundo pode recomprar ou não, conforme decisão da gestora
As cotas recompradas voltam ao mercado?
Não. As cotas adquiridas serão canceladas
Quando o programa pode ocorrer?
Entre 2 de janeiro e 17 de dezembro de 2026.









