Quem apostava em um corte rápido dos juros no Brasil pode precisar recalibrar as expectativas. A ata mais recente do Comitê de Política Monetária deixou claro que o início do ciclo de queda da Selic não deve acontecer em janeiro, como parte do mercado esperava. O cenário mais provável agora aponta para março de 2026 como ponto de partida.
O recado veio direto do Banco Central do Brasil, que reconheceu avanços no controle da inflação, mas reforçou que a política monetária seguirá prudente diante de riscos ainda presentes no horizonte.
Por que o Banco Central segue segurando os juros?
Na avaliação do Comitê de Política Monetária, o processo de desinflação está em curso, mas não é suficiente para justificar pressa. A autoridade monetária vê vetores inflacionários persistentes, especialmente ligados ao cenário fiscal, ao crédito e às expectativas futuras.
Isso significa que, mesmo com sinais de melhora nos índices de preços, o BC prefere manter a Selic em níveis elevados por mais tempo, garantindo que a inflação siga convergindo de forma sustentável para a meta.
XP aponta março como o início mais realista
Segundo análise da XP, existe espaço técnico para cortes, mas o timing não favorece uma mudança imediata. Para a casa, janeiro ainda carrega riscos relevantes, o que torna março um ponto mais seguro para o início do ciclo de afrouxamento monetário.
A leitura é que o Banco Central não quer repetir erros do passado e prefere errar pelo excesso de cautela do que pela pressa.
O que esse cenário indica para a economia?
Com juros altos por mais tempo, o impacto direto recai sobre crédito, consumo e investimentos. Empresas mais alavancadas tendem a sentir mais, enquanto setores defensivos ganham espaço nas carteiras.
Ao mesmo tempo, a sinalização reduz volatilidade no câmbio e ajuda a ancorar expectativas inflacionárias, algo visto como essencial para uma queda consistente dos juros mais à frente.
Construtoras de baixa renda entram no radar
Dentro desse ambiente, a XP revisou projeções para construtoras focadas no segmento de baixa renda. Mesmo reconhecendo riscos, a casa manteve a Cury (CURY3) como principal recomendação do setor.
A análise aponta que, apesar do crédito mais restritivo, há oportunidades de valorização, desde que o investidor observe com atenção histórico financeiro, execução operacional e capacidade de atravessar um cenário macroeconômico mais apertado.
Política monetária segue como peça central
O resumo do momento é simples: o Banco Central não está confortável para acelerar cortes agora. A estratégia segue sendo proteger o processo de desinflação, mesmo que isso gere frustração no curto prazo.
Para investidores, o cenário exige paciência, seletividade e leitura cuidadosa dos próximos sinais do Copom.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
Quando o corte de juros deve começar no Brasil?
A expectativa predominante agora aponta para março de 2026.
Por que o Banco Central não cortou os juros antes?
Por causa de riscos inflacionários persistentes e cautela com expectativas futuras.
A Selic vai cair em 2026?
O cenário base indica que sim, mas de forma gradual e cuidadosa.
Juros altos prejudicam quais setores?
Principalmente setores dependentes de crédito, como varejo e construção.
Existe algum setor mais protegido?
Empresas defensivas e com baixa alavancagem tendem a sofrer menos.
A Cury segue bem posicionada?
Segundo a XP, sim, mesmo com riscos no setor de baixa renda.









