Contas gratuitas e cartões sem anuidade não são favores — entenda como as instituições financeiras lucram com seus dados e hábitos.
A popularização dos bancos digitais trouxe uma promessa sedutora: serviços bancários sem tarifas, com usabilidade moderna e atendimento rápido. Mas se tudo é “de graça”, como essas empresas sobrevivem e lucram? A resposta está na monetização indireta dos seus hábitos, dados e comportamentos.
Mesmo quando você não paga mensalidade para manter uma conta ou usar um cartão, o banco continua ganhando. Um dos principais canais de receita está nas tarifas cobradas dos lojistas — chamadas de MDR — a cada compra feita com cartão de débito ou crédito. Ou seja, toda vez que você passa o cartão, o banco recebe uma fatia da transação.
Além disso, os dados que você gera ao usar a conta são extremamente valiosos. Bancos digitais conseguem mapear padrões de consumo, preferências, horários de uso e até mesmo a sua disposição para aceitar ofertas de crédito. Isso permite ofertar produtos de forma muito mais direcionada — e lucrativa.
Outro fator importante é o crédito pessoal. Mesmo com juros menores do que os praticados pelos bancos tradicionais, o volume alto de clientes torna o negócio extremamente rentável. A diferença entre o que o banco paga para captar dinheiro (como no CDI) e o que cobra nos empréstimos é chamada de spread — e é aí que mora o lucro.
Também há a monetização por meio de parcerias e marketplaces dentro dos aplicativos, em que o banco recebe comissão pelas vendas realizadas a partir da sua plataforma. Ou seja, quanto mais tempo você passa dentro do app, mais oportunidades ele tem de rentabilizar.
Portanto, mesmo que você não pague nenhuma tarifa direta, lembre-se: o banco digital continua sendo um negócio — e bastante lucrativo.