Desaceleração do gigante asiático afeta exportações, commodities, inflação e o humor de investidores em todo o mundo.
Quando a economia da China dá sinais de fraqueza, os efeitos são sentidos muito além das fronteiras do país. Como a segunda maior economia do planeta e maior compradora de diversas commodities, qualquer oscilação na demanda chinesa pode provocar turbulência nos mercados globais — inclusive no Brasil.
Nos últimos meses, o crescimento abaixo do esperado, o encolhimento do setor imobiliário e o alto endividamento de governos locais acenderam o alerta. Dados fracos sobre consumo interno e exportações geraram desconfiança entre analistas, derrubaram bolsas internacionais e pressionaram preços de ativos ligados à Ásia.
Para o Brasil, a situação é especialmente relevante. A China é o maior parceiro comercial do país, responsável por comprar volumes expressivos de soja, minério de ferro, carne e petróleo. Uma retração na atividade chinesa pode derrubar a demanda por esses produtos e, consequentemente, afetar o saldo da balança comercial brasileira.
Além disso, o apetite chinês por commodities influencia os preços globais desses itens. Um enfraquecimento da economia chinesa pode levar à queda de preços, pressionando receitas de exportadores e até influenciando o câmbio.
Investidores também prestam atenção nas medidas de estímulo adotadas por Pequim. Se o governo chinês acenar com pacotes de infraestrutura ou cortes de juros, o mercado global costuma reagir com otimismo. Por outro lado, hesitação ou políticas ineficazes aumentam a aversão ao risco.
Entender os movimentos da China se tornou obrigatório para quem acompanha mercados. Afinal, o dragão asiático não apenas compra, mas dita o ritmo da economia global — e seus soluços ainda fazem tremer as bolsas do Ocidente.