Com rentabilidade atraente e proteção do FGC, esses títulos podem ser opção interessante — mas exigem atenção e estratégia.
Nos últimos anos, os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) de bancos médios têm ganhado espaço nas carteiras de investidores brasileiros. Com promessas de rentabilidade superior aos títulos dos grandes bancos e cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), eles se apresentam como alternativa para quem busca segurança com retornos mais altos. Mas será que vale mesmo a pena?
Na prática, o CDB é um empréstimo que o investidor faz ao banco. Em troca, recebe juros que podem ser prefixados, pós-fixados (geralmente atrelados ao CDI) ou híbridos (CDI + um percentual fixo). Bancos médios e pequenos, com menos liquidez e menos captação espontânea, costumam oferecer percentuais bem mais atrativos — muitas vezes pagando mais de 110% ou até 120% do CDI, contra os 95% ou 100% oferecidos por instituições maiores.
De acordo com levantamento da XP Investimentos citado pelo Estadão, a diferença de rentabilidade entre um CDB de banco médio e um de banco grande pode ultrapassar 20% ao ano em cenários de juros altos. No entanto, é justamente aí que entra o ponto de atenção: o risco de crédito.
Bancos médios são menos sólidos do que os grandes — e, embora a maioria cumpra suas obrigações, o risco de calote existe. É por isso que o investidor deve verificar se o valor aplicado está dentro do limite de cobertura do FGC, que é de R$ 250 mil por CPF por instituição (limitado a R$ 1 milhão no total a cada quatro anos). Em caso de quebra do banco, o fundo garante o ressarcimento.
Outro ponto a considerar é o prazo de carência e liquidez. Muitos CDBs de bancos médios exigem que o investidor deixe o dinheiro aplicado por 2, 3 ou até 5 anos. Resgates antecipados, na maioria das vezes, não são permitidos. Portanto, esses produtos não devem ser confundidos com reserva de emergência.
A recomendação de especialistas, como a planejadora financeira Myrian Lund, em entrevista ao Valor Investe, é diversificar: “Não coloque tudo em um único emissor. Use o benefício da cobertura do FGC a seu favor, dividindo a aplicação em diferentes bancos”.
Em resumo: os CDBs de bancos médios podem, sim, ser uma boa oportunidade para quem busca mais rentabilidade com segurança — desde que usados com critério, planejamento e uma boa leitura do risco envolvido.