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segunda-feira, setembro 29, 2025
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Stablecoins já movimentam mais que Visa e Mastercard no mundo

Moedas digitais atreladas ao dólar ganham espaço em pagamentos globais e desafiam sistema financeiro tradicional

O mercado de stablecoins, moedas digitais atreladas a ativos estáveis como o dólar, atingiu um marco histórico em 2025: o volume transacionado por esses ativos superou as movimentações combinadas das gigantes de pagamentos Visa e Mastercard. Dados compilados pela Bloomberg mostram que, nos últimos 12 meses, as stablecoins movimentaram mais de US$ 12 trilhões, enquanto as duas operadoras de cartão processaram juntas cerca de US$ 11 trilhões.

Esse avanço reflete a crescente adoção de criptoativos em transações cotidianas e no comércio internacional. Reportagem da Reuters destacou que empresas em países emergentes, incluindo o Brasil, passaram a utilizar stablecoins como alternativa para importações e exportações, reduzindo custos e acelerando liquidações financeiras. A operação digital evita a intermediação de bancos tradicionais e pode ser concluída em minutos, em vez de dias.

O dólar digitalizado tornou-se o ativo mais utilizado. A stablecoin USDT, emitida pela Tether, concentra mais de 60% do mercado, seguida pela USDC, da Circle. Ambas são lastreadas em reservas de ativos seguros, como títulos do Tesouro americano. O crescimento também tem atraído atenção de reguladores. Nos Estados Unidos, a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) e o Federal Reserve discutem regras mais rígidas para garantir transparência e estabilidade.

Segundo o CoinDesk, o uso de stablecoins não se restringe a grandes operações internacionais. Elas já são empregadas em remessas de trabalhadores migrantes, no comércio eletrônico e até em plataformas de jogos digitais. A praticidade e o baixo custo das transferências explicam a expansão em mercados onde o acesso a serviços financeiros convencionais é limitado.

Ainda assim, especialistas alertam para riscos. A volatilidade de emissores pouco auditados e a falta de clareza regulatória em vários países podem gerar instabilidade. Relatório do Bank of America aponta que, sem mecanismos robustos de supervisão, eventuais falhas de liquidez poderiam causar impacto sistêmico semelhante a crises bancárias tradicionais.

Apesar disso, a tendência é de expansão contínua. Para investidores, as stablecoins vêm se consolidando não apenas como instrumentos de pagamento, mas também como porta de entrada para o ecossistema cripto. Com maior regulação à vista, analistas esperam que o setor atraia ainda mais players institucionais nos próximos anos.

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