Região sofre com juros elevados, déficits fiscais e dependência de commodities.
A América Latina atravessa um momento delicado em 2025, com inflação ainda elevada e crescimento modesto. Relatório da Cepal citado pelo Estadão aponta que a região deve crescer apenas 1,8% no ano, pressionada pela desaceleração global e por restrições fiscais.
Segundo a Reuters, países como Argentina e Chile enfrentam dificuldade em controlar preços de alimentos e energia, mesmo após sucessivos ajustes de política monetária. Já o México, mais integrado à economia americana, sente o impacto da desaceleração dos Estados Unidos e da queda nas exportações industriais.
O Valor Econômico destaca que a dependência de commodities segue como vulnerabilidade estrutural. Quando preços de petróleo, cobre e soja recuam, orçamentos nacionais são diretamente atingidos, limitando espaço para políticas sociais e investimentos em infraestrutura.
Além disso, a instabilidade política aumenta a percepção de risco. A Bloomberg lembra que reformas estruturais em países como Colômbia e Peru enfrentam resistência no Congresso, reduzindo a capacidade de atrair capital estrangeiro. Esse cenário mantém os prêmios de risco elevados e encarece o crédito soberano.
Para analistas, a América Latina precisará investir em diversificação produtiva e integração regional para escapar do ciclo de “stop and go”. Sem isso, a combinação de inflação alta e baixo crescimento pode perpetuar a perda de relevância da região no cenário global.