Nível de endividamento recorde gera discussões sobre juros, inflação e confiança internacional no dólar
A dívida pública dos Estados Unidos ultrapassou US$ 34 trilhões em 2025, segundo dados do Tesouro americano, reacendendo o debate sobre sustentabilidade fiscal e confiança internacional na moeda. A Bloomberg lembra que esse patamar é inédito e amplia a pressão sobre o Federal Reserve, que precisa equilibrar política monetária restritiva com a necessidade de manter liquidez no sistema.
De acordo com a Reuters, a emissão constante de Treasuries tem levado investidores a exigir prêmios maiores, elevando o custo de financiamento do governo. Esse movimento encarece também hipotecas e crédito corporativo, gerando efeito cascata na economia real. Ao mesmo tempo, o dólar mantém sua posição de ativo de segurança, mas com questionamentos sobre até quando o mercado seguirá absorvendo tanta dívida.
O Valor Econômico destaca que a polarização política em Washington dificulta acordos sobre ajuste fiscal. Repetidas disputas sobre o teto da dívida fragilizam a imagem do país e aumentam a volatilidade nos mercados globais, já que qualquer impasse legislativo gera temor de calote técnico.
Para analistas, o dilema é de longo prazo: reduzir gastos e aumentar impostos tem custo político elevado, enquanto manter o status quo amplia riscos inflacionários. A Reuters cita especialistas que alertam que, sem ajuste gradual, a trajetória pode se tornar insustentável na próxima década.
Ainda assim, investidores lembram que a posição única do dólar no sistema financeiro global garante “grau de tolerância” maior aos EUA. A questão central é por quanto tempo esse privilégio poderá ser sustentado em meio à ascensão de moedas alternativas e ao fortalecimento de blocos como BRICS.