O que era para ser um protesto acabou virando confronto direto nas ruas de Bruxelas. Agricultores belgas entraram em choque com a polícia durante uma manifestação contra o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, elevando a tensão política às vésperas de decisões importantes do bloco europeu.
O episódio escancara o tamanho da resistência ao tratado, negociado há mais de duas décadas, e mostra que o tema está longe de ser consenso dentro da Europa.
Como o protesto saiu do controle?
Segundo autoridades locais, a polícia precisou usar gás lacrimogêneo e canhões de água após o protesto se tornar violento. Manifestantes passaram a arremessar pedras, batatas e outros objetos, além de quebrar janelas e confrontar diretamente a tropa de choque.
Em um dos momentos mais críticos, um trator avançou contra uma linha de policiais, aumentando o clima de caos — embora, segundo relatos, ninguém tenha sido atingido. Jornalistas que cobriam o ato também foram alvo de agressões.
O tamanho da manifestação surpreendeu
A polícia de Bruxelas havia autorizado um protesto com até 50 tratores. No entanto, ao longo do dia, cerca de 1.000 tratores chegaram à capital belga, a maioria com placas do próprio país.
As autoridades estimaram a presença de aproximadamente 7 mil manifestantes, número muito acima do esperado. Diante da escalada da violência, a polícia tentou deter alguns participantes para conter os distúrbios.
Por que os agricultores são contra o acordo com o Mercosul?
O principal temor dos produtores europeus é econômico. Eles acreditam que o acordo pode abrir as portas para uma entrada massiva de commodities agrícolas mais baratas, vindas de países como Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Na visão dos agricultores, isso colocaria os produtores locais em desvantagem competitiva, pressionando preços, margens e a sobrevivência de pequenas e médias propriedades rurais na Europa.
O protesto acontece em momento decisivo
A manifestação ocorreu no mesmo dia em que líderes da União Europeia se reuniram em Bruxelas para discutir se o bloco deve ou não assinar o acordo com o Mercosul.
Embora o tratado esteja em negociação há cerca de 25 anos, a resistência interna segue forte — especialmente em países com setores agrícolas politicamente influentes.
O confronto nas ruas aumenta a pressão sobre os governos europeus e pode influenciar diretamente o ritmo — ou até o destino — da votação.
O que esse conflito sinaliza para o futuro do acordo?
O episódio deixa claro que o acordo UE–Mercosul não enfrenta apenas entraves técnicos, mas também resistência social e política. Mesmo que haja apoio de setores industriais e comerciais, a oposição do campo europeu pode dificultar a aprovação final.
Aqui no Brasilvest, acompanhamos esse tema de perto porque ele impacta comércio internacional, agronegócio, economia global e o Brasil diretamente.
👉 Quer entender como esse acordo pode afetar o agro, o dólar e os mercados? Continue navegando pelo Brasilvest.
Perguntas Frequentes (FAQs)
Por que agricultores protestaram na Bélgica?
Eles são contra o acordo UE–Mercosul, que pode aumentar a concorrência com produtos agrícolas mais baratos.
O protesto foi autorizado?
Sim, mas para um número muito menor de participantes e tratores.
Houve violência?
Sim. Houve confronto com a polícia, uso de gás lacrimogêneo e canhões de água.
O acordo com o Mercosul já foi aprovado?
Não. Ele ainda está em debate entre os líderes da União Europeia.
O Brasil faz parte do acordo?
Sim. O Mercosul inclui Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.









