Desaceleração indica trégua nos reajustes, embora grandes capitais ainda sintam pressão no mercado
O valor dos aluguéis residenciais aumentou 0,30% em setembro, segundo o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Apesar da alta mensal, o acumulado de 12 meses mostra perda de fôlego. De acordo com o InfoMoney, cidades como São Paulo e Rio de Janeiro registraram variações acima da média, enquanto Porto Alegre recuou no período.
Capitais puxam os reajustes
Em São Paulo, o aluguel subiu 0,37%, ante 0,06% em agosto. No Rio de Janeiro, o avanço foi mais forte, com 1,02%. Já Belo Horizonte teve alta de 0,55%, e Porto Alegre caiu 0,40%. Esses resultados explicam a desaceleração anual, já que o desempenho de 2024 foi excepcionalmente alto.
Segundo a FGV, o movimento atual reflete maior equilíbrio entre oferta e demanda — após um ciclo de forte valorização nos imóveis residenciais durante a pandemia.
Desaceleração no acumulado anual
Em 12 meses, os reajustes ficaram em 2,69% em São Paulo, 9,01% em Belo Horizonte, 4,29% no Rio e 2,05% em Porto Alegre, conforme dados da FGV citados pelo InfoMoney.
Especialistas avaliam que a tendência de moderação decorre de uma inflação mais controlada e da estabilização da taxa Selic, que reduz a pressão sobre contratos atrelados a índices como o IGP-M.
Pressão sobre o orçamento familiar
Mesmo com variação menor, o peso do aluguel ainda afeta fortemente o orçamento das famílias, especialmente nas capitais do Sudeste. Segundo o InfoMoney, o IGP-M, conhecido como “inflação do aluguel”, também subiu 0,42% em setembro, superando as expectativas e ampliando o impacto dos reajustes anuais.
Além disso, o custo de vida nas grandes cidades continua pressionado por outros fatores, como energia, alimentação e condomínios.
O que esperar dos próximos meses
A tendência para o fim do ano é de estabilidade gradual nos contratos. Caso a inflação siga controlada e os juros continuem em queda, o ritmo de alta dos aluguéis pode desacelerar ainda mais. No entanto, um cenário de recuperação econômica e maior demanda por moradia pode reaquecer o setor em 2026.
Por isso, especialistas orientam inquilinos e proprietários a negociarem reajustes de forma antecipada, considerando os índices atualizados e o comportamento local de oferta e demanda.
Conclusão
Embora o aumento de 0,30% pareça modesto, ele reflete um mercado ainda sensível à inflação e às variações do crédito imobiliário. Com o IVAR estabilizando e o IGP-M mantendo leve alta, o equilíbrio entre proprietários e locatários dependerá da manutenção de um cenário macroeconômico mais previsível.









