Em 2025, alugar virou a única saída para milhões de brasileiros. Com juros elevados, crédito imobiliário mais restrito e financiamentos praticamente inacessíveis, a decisão entre comprar ou alugar deixou de ser um sonho e virou conta fria. E, para muita gente, ela simplesmente não fecha.
O resultado foi imediato: demanda forte, alugueis mais caros, inadimplência em alta e um mercado que precisou se reinventar às pressas. O aluguel passou a ser o verdadeiro termômetro do custo de vida urbano — e tudo indica que 2026 não será mais leve.
Por que os alugueis subiram tanto em 2025?
Com o crédito imobiliário travado, quem antes compraria um imóvel migrou para a locação. Isso criou um efeito direto: mais gente disputando menos imóveis disponíveis.
Entre 2016 e 2024, a fatia de domicílios alugados no Brasil saltou de 18% para 23%, chegando a 17,8 milhões de lares. Essa mudança estrutural pressionou preços e deixou o mercado mais competitivo — e menos favorável ao inquilino.
O quanto o aluguel já subiu no Brasil?
Os números confirmam o aperto. Em novembro, o aluguel residencial subiu 0,59%, bem acima da inflação do mês. Em 12 meses, a alta chegou a 9,71%, mais que o dobro do IPCA no mesmo período.
Quase todas as grandes cidades registraram aumento, com destaque para capitais do Norte e Nordeste. Ou seja, não foi um fenômeno isolado — foi nacional.
O problema não é só o preço, é o atraso
Aluguel mais caro com renda apertada gera um efeito dominó perigoso. Em 2025, a inadimplência no aluguel chegou a cerca de 3,8%, bem acima do que o mercado considera saudável.
Para comparação, especialistas apontam que um nível “normal” estaria entre 1% e 1,5%. Acima disso, o risco explode e afeta inquilinos, imobiliárias e proprietários ao mesmo tempo.
Por que fiador e caução estão perdendo espaço?
Esse cenário acelerou uma mudança silenciosa, mas profunda: a troca das garantias tradicionais.
- Fiador virou sinônimo de burocracia e dor de cabeça
- Caução de três aluguéis muitas vezes não cobre atrasos longos
- Processos judiciais são lentos e caros
Com isso, cresceram as garantias locatícias digitais e pagas, que prometem mais previsibilidade, rapidez e menor risco para quem aluga.
O mercado de garantias entrou em alerta
O avanço da inadimplência expôs um problema: garantia locatícia funciona como crédito. Exige análise de risco, capital, tecnologia e controle de fraude.
Em 2025, o setor passou por consolidação, com empresas menores saindo do jogo e grupos maiores absorvendo carteiras. O mercado, que já movimenta centenas de milhões de reais por ano, percebeu que operar sem escala virou risco.
O que muda para o inquilino na prática?
Para quem aluga, o cenário ficou mais duro:
- Contratos mais rigorosos
- Análises de risco mais profundas
- Reajustes viraram ponto de tensão
- Troca de indexadores, com saída do IGP-M e avanço do IPCA
Além disso, renovar contrato passou a ser um momento crítico para o orçamento familiar.
E 2026? Vai melhorar ou piorar?
Tudo gira em torno de uma variável: juros. Se a taxa básica seguir alta, a compra continua travada e o aluguel segue pressionado.
A expectativa do mercado é de:
- Demanda ainda forte por locação
- Crescimento das garantias digitais
- Mais profissionalização
- Inadimplência no centro das discussões
Ou seja, o aluguel deve continuar sendo um dos maiores vilões do bolso.
Conclusão: o aluguel virou protagonista da crise do custo de vida
O que antes era solução temporária virou regra permanente para milhões de famílias. Em um ambiente de juros altos, crédito caro e renda pressionada, o aluguel assumiu o papel central nas finanças pessoais.
Entender esse movimento é essencial para planejar gastos, negociar contratos e evitar surpresas. Para acompanhar tendências que afetam seu dinheiro e sua vida, continue navegando pelo Brasilvest.
Perguntas Frequentes (FAQs)
Por que os alugueis subiram tanto em 2025?
Porque os juros altos travaram o crédito imobiliário e aumentaram a demanda por locação.
A inadimplência no aluguel está alta?
Sim. Em 2025, ela ficou bem acima do nível considerado saudável pelo mercado.
Fiador ainda é a principal garantia?
Não. Garantias digitais e pagas ganharam espaço por serem mais rápidas e previsíveis.
O aluguel pode subir mais em 2026?
Pode, especialmente se os juros continuarem elevados.
Comprar imóvel ficou mais difícil?
Sim. Financiamentos mais caros empurraram muita gente para o aluguel.









