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quarta-feira, dezembro 31, 2025
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Ano eleitoral trava o Congresso e muda o jogo para 2026

Com a corrida eleitoral acelerando, o Congresso Nacional já opera em modo cautela. A leitura entre líderes é direta: projetos de alto desgaste político tendem a ser empurrados para depois, enquanto propostas de consenso, entregas regionais e itens obrigatórios para manter a máquina pública funcionando passam à frente.

Na prática, 2026 começa com uma pauta redesenhada. Segurança pública, embates institucionais e temas fiscais sensíveis perdem tração à medida que campanhas avançam, plenários esvaziam e o custo político de cada voto aumenta.

Por que o calendário eleitoral freia votações difíceis?

Em ano eleitoral, o Congresso vira um filtro. A preferência recai sobre matérias de baixo risco, impacto local imediato e pouca repercussão negativa nas redes. Já propostas que dividem governadores, tensionam a relação federativa ou confrontam o Judiciário tendem a travar.

Esse movimento já ficou claro no fim de 2025, quando a Câmara decidiu adiar a PEC da Segurança Pública e as mudanças do Senado no PL Antifacção após acordo entre governo e oposição. A avaliação foi simples: não havia ambiente político para enfrentar resistências às vésperas da campanha.

O que tem mais chance de avançar em 2026?

Com conflitos em banho-maria, ganham espaço:

  • Pautas orçamentárias e votações obrigatórias
  • Projetos que destravam repasses e políticas com efeito regional
  • Medidas regulatórias técnicas, de baixa mobilização digital
  • Textos “fatiados”, que aprovam consensos agora e deixam o explosivo para depois

Essa estratégia permite produzir resultado sem comprar brigas grandes — um clássico de ano eleitoral.

Fim da escala 6×1 entra no radar político?

Se algumas pautas travam, outras viram oportunidade. O debate sobre o fim da escala 6×1 ganha força como bandeira de campanha, sobretudo à esquerda. A percepção entre líderes do centrão é que se posicionar contra uma medida de apelo social no auge da corrida eleitoral pode custar caro.

Hoje, a discussão passa pela Comissão de Trabalho da Câmara, com o PL 67/25, relatado por Léo Prates (PDT-BA). A proposta-base prevê jornada de 40 horas semanais a partir de 2028, mas ainda há divergências sobre o formato final e o impacto no setor produtivo.

Indicação ao STF ficou para depois?

Outra decisão explícita de adiamento envolve a indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal. A sabatina foi postergada após o Palácio do Planalto não enviar a mensagem formal ao Senado, etapa sem a qual o processo não anda.

O adiamento dá tempo para articulações, mas também expôs ruídos entre Planalto e Senado. A avaliação é que levar a indicação ao plenário em meio à campanha ampliaria o risco de desgaste.

Por que o Orçamento virou prioridade absoluta?

Se pautas sensíveis ficam para depois, o Orçamento de 2026 virou urgência. Governo e Congresso correm para aprovar a LDO e a LOA antes do recesso. Sem isso, a programação financeira do próximo ano fica paralisada.

O impasse mistura cálculo eleitoral e fiscal. De um lado, a equipe econômica defende corte de benefícios fiscais para sustentar o arcabouço. De outro, o Congresso resiste e pressiona por mais espaço para emendas e para o fundo eleitoral, estimado em cerca de R$ 4,9 bilhões. A leitura dominante é que adiar o Orçamento custaria mais caro do que fechar um acordo frágil agora.

Reforma da lei do impeachment também ficou na fila?

Sim. A proposta que reformula a lei do impeachment foi empurrada para 2026 após a CCJ do Senado adiar a votação do PL 1.388/2023. O pano de fundo é o embate institucional com o STF, reacendido por decisões que limitaram denúncias contra ministros da Corte. Mesmo com recuos posteriores, o clima pesou para o adiamento.

O que esse cálculo diz sobre 2026?

O padrão se repete: menos ideologia, mais pragmatismo. Com campanhas nas ruas e nas redes, a pauta tende a priorizar o menor custo político possível. Projetos conflituosos esperam; consensos avançam.

Conclusão

O ano eleitoral impõe freios claros ao Congresso e reorganiza prioridades. Segurança e embates institucionais ficam para depois, enquanto Orçamento, entregas regionais e pautas de apelo popular ganham espaço. Para acompanhar os próximos movimentos e entender o impacto político de cada decisão, continue navegando pelo Brasilvest.

Perguntas Frequentes (FAQs)

Por que o Congresso desacelera em ano eleitoral?

Porque o custo político de votações polêmicas aumenta e campanhas esvaziam o plenário.

Quais pautas avançam com mais facilidade?

Orçamento, projetos obrigatórios, entregas regionais e propostas de consenso.

A PEC da Segurança Pública foi cancelada?

Não. A votação foi adiada para um momento com ambiente político mais favorável.

O fim da escala 6×1 pode avançar em 2026?

Pode ganhar tração pelo apelo social, especialmente durante a campanha.

O Orçamento pode ficar para depois?

Tecnicamente, não. Sem LDO e LOA, a execução financeira de 2026 fica travada.

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