Levantamento do Caged mostra avanço em áreas como tecnologia, saúde e logística, revelando as novas demandas do mercado de trabalho brasileiro.
Enquanto alguns setores enfrentam retração, outras carreiras estão em plena expansão no Brasil. Dados recentes do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), analisados pelo Valor Econômico e pela Exame, revelam que profissões ligadas à tecnologia, saúde e logística lideram o ranking das ocupações com maior crescimento em contratações nos últimos 12 meses.
Segundo o levantamento, cargos como analista de sistemas, técnico de enfermagem, motorista de aplicativos e auxiliar de logística apresentaram crescimento de até 35% em admissões formais. Especialistas explicam que esses dados refletem tanto mudanças no comportamento de consumo quanto transformações estruturais nas empresas — como a digitalização de processos e o envelhecimento da população.
Na área de tecnologia, por exemplo, a demanda por programadores, analistas e especialistas em cibersegurança foi impulsionada pela necessidade de transformação digital em empresas de todos os tamanhos. “Não é só o setor de tecnologia que contrata esses profissionais — bancos, indústrias e até o varejo agora têm squads de TI”, disse ao G1 a economista Laura Costa, do Instituto Brasileiro de Economia (FGV-Ibre).
Já no setor de saúde, o aumento está diretamente ligado ao envelhecimento da população e à reestruturação dos serviços pós-pandemia. Técnicos, cuidadores e profissionais de enfermagem estão entre os mais requisitados. A logística, por sua vez, segue se beneficiando da expansão do e-commerce e da descentralização dos centros de distribuição.
O recado dos dados é claro: formação técnica e adaptabilidade são peças-chave para aproveitar as oportunidades que estão surgindo. Muitos dos cargos em alta não exigem ensino superior completo, mas sim capacitação prática e contínua. Plataformas como Senai, Sesi, Sebrae e institutos federais têm ampliado o acesso a cursos rápidos e gratuitos, fomentando a requalificação profissional.
Essas tendências indicam não apenas onde estão as vagas, mas também para onde caminha a economia brasileira. Acompanhar esses movimentos ajuda a planejar melhor a carreira — ou, ao menos, entender o que valoriza (ou desvaloriza) um profissional hoje.