O Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master. Isso suspende as atividades da instituição, torna bens indisponíveis e determina que o ressarcimento de depósitos e investimentos seja tratado pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), dentro dos limites do fundo. Este artigo explica o que é a liquidação extrajudicial, o papel do FGC e o passo a passo para pedir seu ressarcimento.
Banco Central decreta liquidação extrajudicial do Banco Master — o que isso significa para você
O Banco Central anunciou a liquidação extrajudicial do Banco Master S.A. e da Master S.A. Corretora de Câmbio. A EFB Regimes Especiais de Empresas foi nomeada liquidante com poderes amplos. Bens da Master Holding Financeira, da 133 Investimentos e Participações LTDA e de seus controladores foram tornados indisponíveis. Na manhã do anúncio, a Polícia Federal prendeu o proprietário do grupo, Daniel Vorcaro, em São Paulo. Negociações de venda do banco foram encerradas. Há um histórico recente de tentativas de capitalização e ofertas envolvendo o grupo que contextualiza as tentativas anteriores de solução.
O que aconteceu e por que
O Banco Central concluiu que não há plano viável de recuperação e, por isso, decidiu pela liquidação extrajudicial. A medida interrompe as operações da instituição: obrigações passam a ser tratadas como vencidas e o processo só termina por decisão do Banco Central ou por decretação de falência. Antes da liquidação, ofertas de compra — incluindo proposta do Banco de Brasília (BRB) — foram rejeitadas; tratativas com o Grupo Fictor também foram encerradas.
Quem assume e quais bens ficam bloqueados
A EFB Regimes Especiais de Empresas atua como liquidante, com poderes para administrar e liquidar ativos. Ficaram indisponíveis bens da controladora e de empresas ligadas. Entre os nomes afetados estão Daniel Bueno Vorcaro, Armando Miguel Gallo Neto e Felipe Wallace Simonsen.
Impacto para você: o papel do FGC
Com a liquidação, o FGC passa a ser responsável pelo ressarcimento dos credores, respeitados os limites do fundo. Pontos principais:
- Garantia de até R$ 250 mil por depositante (por CPF ou CNPJ) por instituição.
- Teto de R$ 1 milhão por depositante a cada quatro anos.
- Cobertura para conta corrente, poupança, CDB, RDB, LCI, LCA, letras de câmbio e outros produtos.
- No cálculo do reembolso o FGC considera impostos (IR e IOF).
- Os valores garantidos são provisionados quando a liquidação é decretada.
Há dúvidas sobre CDBs emitidos por outras empresas do grupo, como o Banco Master de Investimento; o FGC e o liquidante devem esclarecer caso a caso. Também é recomendável consultar orientações sobre como verificar saldos e valores esquecidos em bancos para garantir que nenhum ativo seu fique perdido durante o processo.
Possíveis restrições e prazos
Durante a intervenção, a liquidez de alguns produtos (p.ex., CDBs) pode ficar limitada temporariamente. O interventor avaliará o patrimônio real antes de liberar pagamentos. Não existe prazo fixo para o encerramento da liquidação. Enquanto aguarda, proteja-se: golpistas costumam explorar situações como essa, por isso siga orientações de segurança e busque informações sobre como se proteger de fraudes digitais. Além disso, esteja atento a mudanças regulatórias e a medidas de prevenção, como o endurecimento das regras contra contas “laranja”, que podem afetar investigações e bloqueios de ativos.
Passo a passo para pedir ressarcimento pelo FGC
- Aguarde o comunicado oficial do liquidante e do FGC com instruções.
- Reúna documentos: CPF/CNPJ, documento de identidade, extratos, contratos e comprovantes de investimento.
- Verifique saldos e produtos no internet banking ou em extratos oficiais.
- Siga o procedimento indicado pelo FGC (site ou formulário do liquidante).
- Se seus valores superarem os limites do FGC, procure assessoria jurídica para avaliar medidas contra a massa de credores ou responsáveis.
- Acompanhe prazos e mantenha todos os comprovantes organizados.
Para orientação sobre defesa do consumidor e procedimentos administrativos, veja Orientações práticas para consumidores lesados.
Dica: ao preparar documentos e respostas, mantenha atenção para não fornecer dados sensíveis a terceiros que se passam por representantes do banco ou do FGC — revisite as recomendações sobre proteção contra fraudes digitais se tiver qualquer dúvida.
Conclusão
Em resumo: o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master, bens foram tornados indisponíveis e o proprietário foi preso. A interrupção formal das operações muda imediatamente a relação dos clientes com a instituição, e o FGC é o mecanismo de proteção para depósitos e investimentos dentro dos limites citados. Acompanhe comunicados oficiais do liquidante e do FGC e reúna documentos para solicitar ressarcimento.
Perguntas frequentes
O que é a liquidação extrajudicial do Banco Master?
É a decisão do Banco Central de encerrar de forma organizada as atividades do banco quando não há viabilidade de recuperação. Operações são suspensas e obrigações passam a ser tratadas pelo liquidante.
O que muda para clientes e correntistas?
Contas e serviços ficam suspensos; saques e transferências podem ser interrompidos; créditos e depósitos passam a ser tratados pelo liquidante e pelo FGC. Acompanhe comunicados oficiais.
O que é o FGC e o que ele cobre?
O FGC é o Fundo Garantidor de Créditos. Protege depositantes quando há liquidação ou intervenção, cobrindo até R$ 250 mil por CPF/CNPJ por instituição (com teto de R$ 1 milhão a cada quatro anos) em produtos como conta corrente, poupança, CDB, LCI/LCA, entre outros.
Como faço para ser ressarcido pelo FGC?
Aguarde o comunicado do liquidante/FGC, reúna documentação (CPF/CNPJ, identidade, extratos e comprovantes) e siga as instruções oficiais para solicitar o ressarcimento.
E os CDBs do Banco Master de Investimento foram cobertos?
Ainda não há confirmação total. Alguns CDBs podem ser cobertos se vinculados à instituição liquidada; valores acima do limite do FGC não são ressarcidos. Aguarde esclarecimentos oficiais do FGC e do liquidante.









