Instituição abandona o plano de criar uma moeda digital de uso amplo e foca em contratos inteligentes e integração do sistema financeiro
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O Banco Central confirmou nesta segunda-feira (10) que desistiu de transformar o Drex, projeto da moeda digital brasileira, em um ativo de uso público e pagamentos no varejo, segundo reportagem do G1. O foco agora será manter e aprimorar a infraestrutura tecnológica desenvolvida durante o piloto, voltada para tokenização de ativos financeiros e contratos inteligentes entre instituições.
Do sonho da moeda digital à infraestrutura financeira
O Drex havia sido concebido como uma Central Bank Digital Currency (CBDC) — uma versão digital do real — que permitiria transações diretas e seguras entre cidadãos e empresas. No entanto, problemas técnicos e limitações do sistema blockchain Hyperledger Besu, usado no projeto piloto, levaram o BC a reavaliar sua viabilidade.
Com a mudança de rota, o Drex deixa de ser uma moeda digital de uso cotidiano e passa a ser uma plataforma institucional de liquidação e tokenização, voltada a bancos, fintechs e órgãos regulados. O objetivo é criar uma infraestrutura capaz de modernizar o registro de ativos, reduzir custos operacionais e ampliar a eficiência no sistema financeiro brasileiro.
O que permanece ativo no projeto
Segundo o Banco Central, o sistema continuará sendo desenvolvido para permitir a tokenização de garantias, o registro digital de contratos e a integração entre plataformas financeiras. Essa tecnologia deve permitir que bancos e corretoras realizem operações automatizadas via contratos inteligentes, garantindo transparência e rastreabilidade.
A instituição destacou que o Drex não será usado como meio de pagamento direto ao consumidor, mas servirá de base para novas soluções digitais do sistema financeiro, incluindo emissões de tokens regulados e liquidação instantânea entre instituições.
O impacto para o mercado e investidores
A decisão do BC foi recebida com cautela pelo mercado financeiro e pelo setor cripto. Analistas apontam que o recuo representa uma abordagem mais pragmática, priorizando estabilidade e segurança tecnológica. Ao mesmo tempo, o foco em tokenização pode abrir espaço para novas oportunidades em fintechs e startups de infraestrutura financeira.
Apesar de a ambição de uma moeda digital ter sido adiada, o Drex segue como plataforma estratégica dentro do Sistema Financeiro Nacional, fortalecendo o ecossistema de inovação e preparando terreno para futuras integrações com moedas digitais internacionais.









