Instituição reforça papel no agronegócio, quer simplificar processos e aposta em bioinsumos e recuperação de pastagens como eixos estratégicos
O Banco do Brasil (BBAS3) apresentou suas novas diretrizes estratégicas até 2026, com foco em sustentabilidade, inovação e apoio à agricultura familiar. O plano, detalhado pelo diretor de Agronegócios, Alberto Martinhago Vieira, prevê medidas para desburocratizar o crédito rural e ampliar o alcance dos programas de financiamento, segundo o Money Times.
Recuperação de pastagens e bioinsumos no centro da estratégia
Um dos pilares do novo plano é o financiamento para recuperação de pastagens degradadas, tema que o governo federal também vem priorizando. O Banco do Brasil pretende apoiar projetos que convertam áreas improdutivas em lavouras sustentáveis, sem avanço sobre biomas nativos.
Segundo Vieira, o país possui cerca de 40 milhões de hectares de pastagens degradadas, e o objetivo é transformar parte desse potencial em novas áreas produtivas com baixo impacto ambiental. O programa também deve incentivar o uso de bioinsumos e tecnologias limpas, alinhando o banco às tendências globais de ESG (ambiental, social e governança). Os detalhes foram publicados pelo Money Times.
Desburocratização do crédito rural
O Banco do Brasil também quer agilizar o crédito para pequenos produtores. Vieira afirmou que o banco busca “levar o crédito onde o produtor está”, simplificando a análise e o repasse dos recursos. A instituição possui uma rede de mais de 5 mil correspondentes bancários espalhados pelo país, que devem ser integrados à nova estratégia de atendimento descentralizado.
De acordo com o executivo, a meta é facilitar o acesso ao Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), considerado um dos programas de crédito mais bem-sucedidos do banco. A instituição pretende acelerar a liberação de recursos e digitalizar etapas que ainda dependem de processos presenciais.
Efeitos no mercado corporativo e financeiro
O novo plano do Banco do Brasil tem implicações diretas para empresas do setor financeiro, agronegócio e tecnologia:
- Fintechs e cooperativas de crédito rural poderão se beneficiar da integração digital com os canais do banco, em um modelo mais ágil de análise de crédito.
- Empresas de bioinsumos, energia renovável e agritechs devem ganhar espaço nas linhas de financiamento sustentáveis, em especial nos programas ligados à recuperação de pastagens e redução de emissões.
- A estratégia também busca reforçar a imagem do BB como banco parceiro do agronegócio sustentável, equilibrando rentabilidade com impacto socioambiental positivo.
Desafios pela frente
Apesar das metas ambiciosas, o banco reconhece que 2025 será um ano de ajuste para o agronegócio, marcado por inadimplência elevada, clima adverso e queda nas margens de lucro dos produtores. Em entrevista ao Money Times, Vieira ressaltou que o desafio será manter o crédito acessível sem comprometer a qualidade da carteira.
O Banco do Brasil pretende apresentar, até o fim de 2025, novas metas de sustentabilidade e eficiência operacional, integrando os pilares digital, social e ambiental em sua política de crédito — e consolidando sua posição como principal agente financeiro do agronegócio brasileiro.









