Mercados da região acompanham tensões entre EUA e China e ajustam posições antes de indicadores globais
As bolsas asiáticas encerraram em queda nesta quarta-feira (15), refletindo o clima de cautela dos investidores diante do agravamento das tensões entre Estados Unidos e China e da expectativa pela divulgação de novos dados de inflação norte-americanos. O movimento também foi influenciado por ajustes técnicos após recentes ganhos nas praças da região, segundo o Investing.com.
O Nikkei 225, de Tóquio, caiu 1,01%, aos 48.088 pontos, com pressão sobre o setor de tecnologia e exportadoras. Já o Hang Seng, em Hong Kong, recuou 1,52%, a 25.889 pontos, liderando as perdas entre os principais índices asiáticos.
Xangai e Sydney também recuam
Na China continental, o índice Xangai Composite teve queda leve de 0,19%, enquanto o S&P/ASX 200, da Austrália, recuou 0,84%, para 8.882 pontos. Em Seul, o Kospi também fechou no vermelho, acompanhando o desempenho negativo do setor de semicondutores.
Analistas ouvidos pelo Investing.com afirmam que o aumento do tom entre Washington e Pequim, após novas ameaças tarifárias de Donald Trump, aumentou a aversão global ao risco. O episódio vem pressionando moedas emergentes e reduzindo o fluxo para ações de países exportadores, especialmente na Ásia.
Temor global e expectativa por dados de inflação
O mercado aguarda com apreensão os próximos dados de inflação dos Estados Unidos, que serão divulgados no dia 24 de outubro, e podem redefinir as apostas sobre cortes de juros pelo Federal Reserve. A incerteza sobre a trajetória da política monetária americana tem elevado a volatilidade global, com investidores reduzindo exposição a ativos de risco.
Além disso, persistem dúvidas sobre o impacto econômico da recente guerra tarifária e do enfraquecimento da demanda global. As bolsas chinesas, em particular, vêm sofrendo com a desaceleração do setor imobiliário e a falta de estímulos fiscais mais robustos por parte do governo de Pequim.
Reflexos para o mercado brasileiro
A queda nas bolsas asiáticas tende a repercutir sobre os mercados de commodities e, consequentemente, sobre o desempenho da B3 nesta quarta-feira. Papéis de exportadoras como Vale (VALE3) e CSN (CSNA3) podem ser diretamente afetados pela redução dos preços do minério de ferro e pelo clima mais conservador entre investidores internacionais.
O cenário reforça o tom de cautela global no curto prazo, com volatilidade elevada e fluxos ajustados em direção a ativos mais defensivos.









