Índices reagem à suspensão temporária da reforma da Previdência francesa e mantêm viés positivo apesar de incertezas
As principais bolsas da Europa fecharam o pregão desta quarta-feira com leve alta, sustentadas por um alívio no clima político francês e por fluxo positivo em setores sensíveis ao risco. O índice DAX registrou avanço de 0,60%, o CAC 40 fechou em alta de 0,21% e o IBEX 35 avançou 0,42%, segundo dados da TradingView.
França adia reforma e alivia tensão política
Um dos motores do dia foi a decisão do governo francês de suspender temporariamente a tramitação da reforma da Previdência até após 2027 — uma jogada para evitar instabilidade política imediata. A medida reduziu o nervosismo no mercado local e ajudou a puxar os papéis de bancos e setor de consumo. A curva de juros caiu, e o spread entre os títulos da França e Alemanha estreitou, refletindo melhora no apetite por crédito francês. Fontes da Reuters destacaram que o movimento representa um “respiro” momentâneo, embora o risco fiscal permaneça no radar.
Setores que puxaram o índice
As bolsas ganharam fôlego especialmente em setores ligados a luxo, consumo e bancos, que reagiram bem à melhora de sentimento. A alta das ações da LVMH teve impacto concentrado no mercado francês, enquanto no panorama europeu o segmento de consumo discreto e o setor financeiro se beneficiaram da perspectiva de redução de risco político. Por sua vez, setores ligados a energia e commodities tiveram desempenho misto, dependendo do país e da exposição internacional.
Riscos ainda pairam sobre o mercado
Embora o mercado tenha respirado aliviado, as incertezas permanecem. O desfecho da situação fiscal francesa, assim como o receio de reações negativas do mercado a postergações de pautas estruturantes, mantêm o cenário sensível. Além disso, a trajetória da política monetária global, diante de dados econômicos mistos nos EUA e na China, pode reverter rapidamente o clima de “risk on”.
Perspectivas para os próximos dias
Para os próximos pregões, os investidores da Europa monitoram a evolução da crise política francesa e o possível retorno de pautas de austeridade. Também devem pesar os resultados corporativos em países como Alemanha e Espanha, além de indicadores macro da zona do euro e discursos de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE).
Se o cenário externo continuar favorável — especialmente com recuo nos juros americanos e menos tensões comerciais — o impulso hoje observado pode se estender. Caso contrário, o mercado europeu pode oscilar entre ganhos pontuais e correções abruptas.








