Pouca gente se dá conta, mas o Brasil passou por uma virada histórica silenciosa. Em poucas décadas, saiu da condição de importador de alimentos para se tornar uma das maiores potências agrícolas do planeta. Esse bastidor raramente contado foi detalhado por Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura, em entrevista recente ao Wall Street Cast.

O que está por trás dessa transformação não é sorte, nem apenas terra abundante. É ciência, estratégia e visão de longo prazo.

Como o Brasil deixou de importar alimentos e virou potência?

Segundo Roberto Rodrigues, o ponto de virada foi o investimento contínuo em pesquisa agrícola aplicada ao clima tropical. Durante décadas, o Brasil dependia de tecnologias desenvolvidas para climas temperados, o que limitava produtividade e competitividade.

A mudança começou quando o país decidiu criar soluções próprias, adaptadas ao seu solo, clima e realidade produtiva. Isso abriu caminho para uma revolução que reposicionou o Brasil no mapa global da produção de alimentos.

Qual foi o papel da Embrapa nessa virada histórica?

A Embrapa foi decisiva. A instituição liderou o desenvolvimento da chamada agricultura tropical, tornando viável o cultivo em regiões antes consideradas improdutivas.

Com ciência, foi possível:

• Adaptar sementes ao cerrado
• Elevar produtividade sem expandir área
• Reduzir riscos climáticos
• Tornar o agro mais eficiente e competitivo

Para Rodrigues, sem a Embrapa, o agro brasileiro não existiria como conhecemos hoje.

Por que o cooperativismo foi tão importante?

Outro pilar destacado pelo ex-ministro é o cooperativismo. A união entre produtores permitiu:

• Ganho de escala
• Acesso à tecnologia
• Profissionalização da gestão
• Redução de desigualdades no campo

O cooperativismo ajudou pequenos e médios produtores a competir globalmente, algo essencial para o crescimento sustentável do setor.

O agro é só produção ou envolve muito mais?

Muito mais. A conversa no Wall Street Cast mostrou que o sucesso do agro brasileiro envolve um ecossistema completo, que passa por:

• Logística e infraestrutura
• Políticas públicas eficientes
• Crédito e financiamento
• Educação e capacitação
• Sustentabilidade ambiental

Do café que impulsionou São Paulo no passado à soja que hoje domina mercados globais, o agro brasileiro sempre caminhou junto com empreendedorismo e inovação.

O Brasil pode alimentar o mundo de forma sustentável?

Na visão de Roberto Rodrigues, sim. O Brasil reúne condições únicas:

• Clima favorável
• Capacidade científica
• Produtores tecnificados
• Potencial em bioenergia

O desafio agora é conciliar produção, sustentabilidade e inclusão social, algo que o país pode transformar em vantagem competitiva global.

Por que essa história importa agora?

Porque o agronegócio é hoje o principal motor da economia brasileira. Entender como ele foi construído ajuda a compreender:

• O papel do Brasil no mundo
• O futuro da segurança alimentar
• As oportunidades econômicas do país

É uma história de longo prazo, planejamento e ciência — e não de improviso.

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Perguntas Frequentes (FAQs)

O Brasil já foi importador de alimentos?

Sim. Durante décadas, o país dependia de tecnologia externa e importava diversos produtos agrícolas.

Qual foi o papel da pesquisa no agro brasileiro?

Fundamental. A ciência permitiu adaptar culturas ao clima tropical e elevar a produtividade.

A Embrapa ainda é relevante hoje?

Sim. Ela continua sendo uma das principais instituições de pesquisa agrícola do mundo.

O cooperativismo ainda é importante?

Muito. Ele garante escala, acesso à tecnologia e competitividade para produtores.

O agro brasileiro é sustentável?

Pode ser. O país tem potencial para liderar produção com preservação ambiental.