Depois de anos longe dos holofotes, a BRK Ambiental voltou a se mexer. A vitória em um leilão bilionário de saneamento em Pernambuco reacendeu o debate sobre a abertura de capital da companhia e colocou a empresa novamente no radar do mercado. O problema é que, apesar do fôlego renovado, o IPO ainda enfrenta resistência e desconfiança.
Por que a concessão de Pernambuco mudou o cenário da BRK?
A BRK conquistou um dos projetos mais relevantes do setor em 2025: um bloco com 151 cidades em Pernambuco, incluindo Recife e regiões estratégicas do Estado. O contrato prevê R$ 15,4 bilhões em investimentos ao longo de 35 anos, o que garante escala, previsibilidade de receita e maior visibilidade para a empresa.
Mais do que tamanho, o projeto gera sinergia operacional, já que a BRK atua na Região Metropolitana do Recife desde 2013. Para investidores, isso reduz riscos de execução e melhora a narrativa para um IPO.
A BRK já está pronta para abrir capital?
Não totalmente. A companhia está em processo de reconstrução de imagem e estrutura, após nascer a partir dos ativos de saneamento da antiga Odebrecht. Hoje, a BRK é controlada pela Brookfield, que assumiu o comando e liderou uma profunda reestruturação.
Houve avanços claros em governança, compliance e relacionamento institucional, mas o mercado ainda cobra eficiência operacional e redução do endividamento.
Como estão as finanças da BRK hoje?
No fim de setembro, a BRK registrava dívida líquida ajustada de R$ 12,1 bilhões, o equivalente a 6,2 vezes o Ebitda, um nível considerado elevado para o setor. Apesar disso, a empresa alcançou margem recorde de 55,7%, mostrando evolução operacional.
O problema é que o custo da dívida ainda consome resultados, mantendo a companhia no prejuízo líquido mesmo com boa geração operacional.
O IPO pode resolver esse problema?
Esse é o plano. A BRK entrou com pedido de registro para IPO no Novo Mercado da B3, buscando levantar cerca de R$ 2,5 bilhões. O objetivo é claro:
- Reduzir alavancagem
- Reforçar a estrutura de capital
- Criar liquidez futura para os acionistas
Mas a decisão de lançar a oferta depende totalmente do humor do mercado, que segue cauteloso com novas estreias na bolsa.
Por que o mercado ainda torce o nariz?
Existem três grandes pontos de atenção:
- Endividamento elevado
- Execução operacional ainda em amadurecimento
- Estrutura acionária, que inclui o FI-FGTS
Além disso, a BRK não está sozinha. O setor de saneamento vive uma disputa intensa por capital.
Concorrência pode atrapalhar o IPO?
Sim. O mercado acompanha de perto movimentos de rivais como a Aegea, além de gigantes como a Sabesp e a possível privatização da Copasa.
Para o investidor, a decisão não é “investir em saneamento”, mas qual empresa escolher dentro do setor. E, nesse ranking, a BRK ainda tenta provar que merece estar no primeiro escalão.
A vitória em Pernambuco é suficiente?
Ela ajuda muito, mas não resolve tudo. A concessão funciona como um divisor de águas, dando nova história para contar ao mercado. Ainda assim, o IPO da BRK tende a ser mais técnico e seletivo, longe da unanimidade que outras empresas podem alcançar.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
A BRK Ambiental já abriu capital?
Não. A empresa entrou com pedido de registro, mas o IPO ainda não foi lançado.
Quanto a BRK pretende captar no IPO?
A expectativa é levantar cerca de R$ 2,5 bilhões.
A vitória em Pernambuco garante o IPO?
Não. Ela fortalece a tese, mas a decisão depende das condições de mercado.
O endividamento preocupa investidores?
Sim. A alavancagem elevada é um dos principais pontos de atenção.
A concorrência no saneamento é forte?
Muito. Empresas como Aegea, Sabesp e Copasa disputam o mesmo capital.









