Você vai ler como a segurança pública virou o fio que uniu o centrão e o bolsonarismo contra o governo de Lula na Câmara. A proposta conhecida como PEC da Segurança Pública reacendeu disputas e expôs a fragilidade da base aliada.
Você acompanha: centrão e bolsonarismo se unem na Câmara e derrotam o Planalto em projeto de segurança
Votação e resultado
Você presencia uma nova frente parlamentar sobre segurança pública na Câmara. O plenário aprovou a proposta conhecida como Lei Antifacção por 370 votos a favor e 110 contra. O resultado foi uma derrota para o Palácio do Planalto, que tentou postergar a votação após discordâncias sobre as alterações no texto — um episódio que se soma a outras derrotas no Congresso, como a derrubada da MP 1303. Fontes parlamentares estimam que cerca de 60% dos votos favoráveis vieram de partidos que têm membros no governo, sinalizando a fragilidade da base aliada.
Contexto político e impact o para o governo
O tema da segurança pública voltou a dominar o debate e tem sido usado como arma política contra o governo de Lula. Pesquisas recentes, incluindo levantamento da Genial/Quaest, mostram que a recuperação da popularidade presidencial sofreu retrocesso após a repercussão da operação policial no Rio de Janeiro que resultou em 121 mortos, segundo relatórios oficiais.
Disputa sobre autoria e confiança institucional
A aprovação renovou tensões entre o Executivo e a direção da Câmara. Parlamentares da base governista falaram em crise de confiança com o presidente da Casa, Hugo Motta, e reclamaram que o projeto, originado pelo Executivo, foi substancialmente alterado. A Presidência da Câmara argumentou que o Parlamento tem a missão de aprimorar a legislação. Durante a sessão houve embates constantes entre governistas e oposicionistas.
Mudanças no texto e críticas técnicas
O relator, Guilherme Derrite (PP-SP), apresentou múltiplos pareceres, com o sexto divulgado já em plenário. Esse vaivém motivou pedidos de adiamento do governo, que disse que o texto descaracterizou a proposta original. Aliados do Executivo afirmaram que mudanças poderiam enfraquecer a Polícia Federal ou blindar investigações — avaliação rechaçada por opositores, que defendem que as alterações representam a resposta mais dura do Legislativo ao crime organizado. Nos bastidores, críticos classificaram os sucessivos pareceres como desorganização legislativa e lembraram episódios em que o governo correu para aprovar medidas em meio a pressão parlamentar.
A agenda mais ampla: PEC da Segurança Pública
Além da votação da lei, há movimentação em torno da PEC da Segurança Pública, entregue ao Congresso em abril de 2025. A proposta pretende inserir o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) na Constituição, ampliar atribuições da PRF e da PF, definir competências das guardas municipais e criar corregedorias e ouvidorias com autonomia funcional.
O presidente da Câmara havia declarado prioridade ao tema, mas a bancada bolsonarista passou a resistir à PEC, apontando risco de centralização e perda de autonomia dos estados. Parlamentares do PL criticaram pontos que, segundo eles, poderiam transformar forças em instrumentos centralizados. Nos bastidores, o governo tem buscado costurar apoio em reuniões internas, como mostra a cobertura sobre a reunião de ministros para articular a PEC.
Conclusão
A pauta da segurança pública funcionou como um verdadeiro fio condutor que aproximou centrão e bolsonarismo na Câmara, derrotando o Planalto e expondo a fragilidade da base aliada. Foi combinação de interesses eleitorais, manobras parlamentares e falhas de articulação institucional. A vitória por 370 a 110 e as sucessivas mudanças no texto — com protagonismo de nomes como Hugo Motta e do relator — mostram que o Legislativo reconquistou capacidade de definir rumos, mesmo quando o Executivo tenta retomar o controle. Isso traduz riscos concretos para Lula na corrida de 2026 e pode ter desdobramentos sobre o quadro fiscal e eleitoral, com possíveis efeitos discutidos em análises sobre o cenário fiscal para 2026.
Em suma: a união tática entre grupos ideologicamente distintos pode alterar leis, reforçar papéis da PF e da PRF, e redesenhar a narrativa pública.
Perguntas frequentes
Por que centrão e bolsonarismo se uniram na Câmara contra Lula pela segurança pública?
Porque o tema rende votos e mídia; exploram a crise de segurança para desgastar o governo e ganhar protagonismo.
Isso mostra fragilidade da base de Lula no Congresso?
Sim. A votação e os votos de partidos aliados indicam perda de controle e confiança; a base ficou exposta.
A aliança é permanente ou tática eleitoral?
É tática: une forças em pauta sensível, mas fora dela permanecem diferenças profundas.
O que muda para as leis e para as polícias com essa união?
Projetos podem sair mais duros ou diferentes do desejado pelo Executivo, ampliando papéis da PF e da PRF e criando novos mecanismos de controle e corregedoria.
Como o governo pode reagir para recuperar popularidade?
Disputar o discurso de segurança, recuperar agenda socioeconômica e dialogar com o Congresso e a população.









