Siga-nos no Instagram: @brasilvest.news
A prisão preventiva de Jair Bolsonaro (PL) e o episódio da violação da tornozeleira eletrônica abriram um novo flanco político dentro da direita. Nos bastidores do centrão, líderes veem o momento como a melhor oportunidade até agora para articular uma chapa presidencial em 2026 apoiada por Bolsonaro — mas sem nenhum Bolsonaro na cabeça da disputa.
A alternativa favorita do grupo: Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) como candidato à Presidência e um nome do centrão na vice. Para esses partidos, a presença de Tarcísio é essencial para unir a direita, enquanto a vaga de vice garantiria espaço e influência ao bloco que domina o Congresso.
O grande problema? Os filhos de Bolsonaro, que resistem publicamente a qualquer chapa que não inclua um membro da família.
Por que agora o centrão vê uma janela de oportunidade?
Os acontecimentos das últimas horas elevaram a fragilidade política de Bolsonaro:
- A confissão do ex-presidente de que colocou “ferro quente” na tornozeleira;
- A justificativa de que agiu por “paranoia” causada por medicamentos;
- A interpretação do ministro Alexandre de Moraes de que a vigília convocada por Flávio Bolsonaro (PL-RJ) poderia facilitar uma tentativa de fuga.
Aliados dizem que os fatos enfraquecem a viabilidade de Flávio como nome presidencial e desgastam a influência da família sobre o processo de escolha dentro da direita.
Filhos de Bolsonaro impedem avanço da chapa — e atacam possíveis aliados
Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro tentam manter o controle do espólio político do pai. Nos bastidores e nas redes, os três vêm criticando:
- Tarcísio de Freitas
- Ronaldo Caiado (União Brasil-GO)
- Romeu Zema (Novo-MG)
- Ratinho Jr. (PSD-PR)
Eles afirmam que esses governadores querem “se aproveitar” da base de Bolsonaro sem ajudar em sua situação jurídica. Carlos e Eduardo chegaram a chamá-los de “ratos” e “oportunistas” em publicações nas redes.
O vice: a outra grande disputa
Para o centrão, o plano ideal seria Tarcísio no topo e um vice do próprio grupo, como:
- Ciro Nogueira (PP-PI)
- Tereza Cristina (PP-MS)
Mas Bolsonaro já disse a aliados que só apoiaria Tarcísio se Michelle Bolsonaro fosse vice — exigência que emperra as conversas.
O centrão, porém, acredita que sem o apoio explícito do ex-presidente, qualquer candidatura da direita corre risco elevado nas urnas. Por isso, apesar das disputas internas, publicamente os líderes seguem prestando solidariedade a Bolsonaro e criticando a decisão de Moraes.
Promessas nos bastidores: reduzir penas e buscar anistia
Enquanto isso, articulações silenciosas seguem avançando. Interlocutores do centrão têm sinalizado à família Bolsonaro que:
- poderão trabalhar para reduzir as penas do ex-presidente no Congresso;
- abrir espaço para uma eventual prisão domiciliar;
- e, em caso de vitória da direita em 2026, aprovar uma anistia geral no próximo governo.
Essas promessas são vistas como um incentivo para que a família não crie obstáculos irreversíveis à formação da chapa.
Bolsonaro condenado: impacto direto nas negociações
O ex-presidente foi condenado a 27 anos e 3 meses por cinco crimes ligados à tentativa de golpe. A confissão sobre a tornozeleira agravou o cenário e esfriou a proposta de votar rapidamente a redução das penas de condenados pelos atos antidemocráticos.
Antes do vídeo ser divulgado, líderes do centrão avaliavam que houve exagero na decisão de Moraes e acreditavam que uma proposta de redução ganharia força. Após a confissão, porém, o clima no Congresso mudou completamente.
Direita adia definição para não “enterrar” Bolsonaro
Além disso, aliados próximos afirmam que a família Bolsonaro quer adiar ao máximo qualquer decisão sobre 2026. A avaliação interna é que, assim que uma chapa for definida, Bolsonaro será colocado em segundo plano — algo delicado no momento em que seu poder de articulação está enfraquecido.
Conclusão: direita vive momento decisivo e disputa interna deve se intensificar
Por fim, as próximas semanas serão cruciais. A direita precisa definir se terá uma única chapa forte, possivelmente com Tarcísio à frente, ou se vai partir dividida contra uma eventual tentativa de reeleição de Lula.
*Com informações da Folha de SP
Para acompanhar os próximos capítulos da disputa presidencial de 2026, continue navegando pelo Brasilvest.
Perguntas Frequentes (FAQs)
Por que o centrão quer Tarcísio como candidato?
Porque ele combina apoio do eleitorado de direita, experiência administrativa e menor rejeição que os filhos de Bolsonaro.
Os filhos de Bolsonaro aceitam ficar fora da chapa?
Hoje, não. Eles resistem publicamente e fazem críticas a aliados potenciais.
A prisão de Bolsonaro mudou o cenário político?
Sim. Ela abriu espaço para o centrão pressionar por uma chapa sem os Bolsonaros.
Michelle Bolsonaro pode ser vice?
É a condição que Bolsonaro já defendeu em negociações, mas rejeitada pelo centrão.
O centrão promete ajudar Bolsonaro juridicamente?
Sim, líderes sinalizam apoio para reduzir penas e até articular anistia no futuro.
Quando a direita vai definir a chapa de 2026?
A expectativa é que a decisão seja adiada para proteger a influência política de Bolsonaro por mais tempo.









