Planejamento financeiro infantil ganha força; pais e avós — mais presenteados — investem cedo para garantir o amanhã
O clássico porquinho de moedas deixou de ser opção exclusiva: a previdência privada infantil tem ganhado espaço entre pais, mães e avós como estratégia para acumular recursos de longo prazo, especialmente para educação e formação profissional. A iniciativa está crescendo justamente porque permite que crianças participem desde cedo da dinâmica de juros compostos e disciplina financeira, conforme explica reportagem do InfoMoney.
Segundo estatísticas da Brasilprev, a adesão desses planos por pais solteiros saltou de 30% para 34%, e a dos avós passou de 13% para 18%, entre 2020 e 2025. O executivo Sandro Costa atribui esse movimento à “nova geração de avós”, mais ativa e com maior poder aquisitivo, disposta a garantir segurança financeira para os netos. Muitos desses planos têm o foco na educação infantil como catalisador para investimentos futuros.
A previdência infantil exige que a criança tenha CPF — algo que já acontece nos primeiros dias de vida — e permite que ela seja titular ou beneficiária do plano. No primeiro modelo, a criança alimenta a própria reserva; quando atingir 18 anos, pode decidir entre continuar investindo, resgatar o total ou utilizar parte para objetivos específicos. No segundo modelo, o plano serve também como instrumento sucessório, garantindo proteção financeira em caso de imprevistos com o responsável.
O valor acumulado pode servir a propósitos diversos: custear universidade, comprar o primeiro imóvel, financiar negócio próprio ou até empreender. Especialistas da Icatu e da Brasilprev defendem que, quanto mais cedo o investimento começar, maior o efeito dos juros compostos. Além disso, vantagens fiscais como tabela regressiva e isenção de IOF tornam o produto ainda mais atraente para quem planeja a longo prazo.
Esse tipo de previdência também funciona como ferramenta de educação financeira: a criança acompanha o crescimento do montante, entende como os rendimentos se acumulam e percebe que aquele é “seu dinheiro”, o que reforça a disciplina.