Você vai receber um resumo direto sobre a temporada de resultados do terceiro trimestre de 2025 e o impacto disso nos seus investimentos. O texto mostra surpresas em receita e lucro, com setores que se destacam e outros que sofreram. Você verá os destaques positivos nas construtoras, em telecom e em commodities, e os pontos fracos no varejo e na educação. Use este guia para formar sua visão e ajustar suas decisões com clareza.
Como a temporada de resultados do 3T25 terminou — o que você precisa saber
A temporada de balanços do 3T25 no Brasil terminou com sinais mistos, mas melhor do que muitos temiam. Mesmo com a Selic elevada, várias empresas superaram expectativas e alguns setores mostraram resiliência. Abaixo estão os principais números e leituras das casas de análise.
Resultados consolidados e leituras dos bancos
- XP Investimentos: melhor temporada em cinco trimestres para as empresas acompanhadas. Entre elas, 39% registraram receitas acima do esperado, 35% tiveram Ebitda superior às projeções e 55% apresentaram lucro líquido maior que o previsto. Comparado ao 3T24: receita consolidada 5,9% e lucro líquido -5,5%.
- Itaú BBA: no conjunto do Ibovespa, receitas em linha, Ebitda 2,6% acima e lucro líquido 8,6% acima das expectativas.
- BTG Pactual: excluindo Petrobras e Vale, receita e Ebitda vieram ligeiramente acima, mas o lucro líquido 3,0% abaixo. Em base anual (sem Petrobras e Vale): receita 10%, Ebitda 7%, lucro líquido -22% (queda ajustada de 11% sem eventos pontuais de 2024).
- Safra: números em linha com projeções: receita 1,1%, Ebitda 3,8%, lucro líquido 2,8% versus estimativas; na comparação anual: receita 4,5%, Ebitda 3,5%, lucro líquido -5,1%. O banco ressalta impacto das maiores despesas financeiras devido à taxa básica alta.
Entre empresas: Banco do Brasil teve queda expressiva no lucro ajustado (~-60%). Itaú manteve resultados sólidos. Destaques operacionais no trimestre incluíram BB Seguridade, Tenda e B3. Para entender melhor o desempenho dos grandes bancos no trimestre, consulte a cobertura sobre o lucro dos grandes bancos no 3º trimestre de 2025.
Setores em alta — onde você pode ver força
A leitura das casas de análise identifica setores com desempenho positivo:
- Construtoras: foco em baixa renda com vendas firmes e margens estáveis. Projetos sociais e condições de crédito ajudaram. Exemplos: Cury, Direcional.
- Telecom e tecnologia: receitas sólidas e controle de custos. Vivo manteve geração de caixa; TIM mostrou margens robustas; Totvs superou estimativas. Há também compilados diários de movimentações que destacaram grandes nomes como Oi e outras gigantes.
- Commodities (óleo & gás): Petrobras entregou geração de caixa e pauta de dividendos favorável; distribuidoras de combustíveis se beneficiaram da melhora de margens domésticas.
- Papel e celulose: Suzano e Klabin mostraram resiliência via eficiência e volumes controlados.
- Outros destaques: rodovias pedagiadas, locadoras de veículos, setor farmacêutico e distribuidoras de energia.
Setores em baixa — pontos de atenção para sua carteira
Analistas apontaram áreas mais frágeis:
- Varejo: desaceleração em receitas — vestuário e parte do alimentar pressionados pela menor demanda e concorrência. Redes como Assaí e Grupo Mateus apresentaram vendas em mesmas lojas abaixo da inflação. Ainda assim, houve empresas do varejo que superaram as expectativas no trimestre, como ilustra a reportagem sobre a Lojas Renner.
- Educação: resultados abaixo do esperado em várias empresas do setor.
- Saneamento: volumes e tarifas fracos reduziram margens.
- Bebidas: queda de volumes no Brasil afetou cervejarias e refrigerantes; em contrapartida, há relatos de lucro mais forte e programas de recompra em empresas como a Ambev.
Algumas exceções no varejo surgem em nichos como saúde e bem-estar, e empresas com forte controle de custos tiveram desempenho relativo melhor. Para exemplos de empresas que reduziram ritmo ou sofreram no trimestre, veja casos como a CVC.
O que as teleconferências e revisões mostram — expectativas para frente
As teleconferências do 3T25 trouxeram um tom mais otimista das gestões, com menor ênfase em riscos imediatos sobre juros e inflação. As revisões foram mistas: a XP elevou projeções de lucro por ação para 2025 em 2,1%, enquanto ajustou 2026 levemente para baixo (-0,4%). O Safra projeta melhora na expectativa de resultados para o 4T25, mas alerta que pode haver mais empresas reportando resultados negativos em comparação com o 3T25.
Setores com perspectiva mais favorável para o 4T25: distribuição de combustíveis, mineração, energia, telecomunicações e tecnologia, shoppings, farmácias, construtoras e rodovias pedagiadas.
Conclusão
A temporada do 3T25 trouxe sinais mistos, mas no balanço final foi melhor do que muitos temiam. Apesar do ambiente de juros elevados, várias empresas superaram expectativas — a XP mostrou 39% com receita acima do esperado e 55% com lucro maior. Bancos destacam resultados, em geral, em linha ou ligeiramente acima das estimativas, com algumas ressalvas no lucro líquido após exclusões.
Recomendações práticas:
- Reveja exposição por setor.
- Prefira empresas com caixa sólido, geração de caixa e histórico de dividendos — para entender o potencial de proventos em 2026, veja o estudo sobre dividendos em 2026.
- Rebalanceie posições onde a volatilidade e os juros comprimem lucro.
Para quem está começando ou quer reforçar a base antes de ajustar carteira, veja este guia prático sobre como começar a investir em renda variável e as 5 formas simples de acompanhar o mercado financeiro.
Perguntas frequentes
Como a temporada de resultados do 3T25 afetou meu portfólio?
Mudou por setor. Commodities, telecom e algumas construtoras ajudaram; varejo, educação e saneamento pressionaram. Reveja posições grandes e setoriais — se precisar de orientação básica, consulte como começar em renda variável.
Quais foram os principais destaques positivos?
Construtoras de baixa renda, telecom, tecnologia, óleo & gás (Petrobras), papel e celulose. Também se destacaram rodovias, locadoras e distribuidoras de combustíveis — e os proventos podem ser um ponto relevante, veja os proventos da Petrobras.
Quais foram os destaques negativos?
Varejo (alimentar e vestuário), educação, saneamento e bebidas. Vendas desaceleraram e lucro foi comprimido por custos financeiros mais altos. Casos específicos como da CVC ilustram empresas que sentiram o impacto no trimestre.
O que as revisões de lucro indicam para 2025–26?
LPA 2025 ajustado em torno de 2,1%; 2026 com leve revisão negativa (~‑0,4%). Tom mais otimista nas teleconferências, mas juros e custos seguem como riscos — para ver o comportamento dos bancos no trimestre, consulte o apanhado sobre lucros bancários.
O que devo fazer agora com meus investimentos?
Revise exposição por setor, reduza posições frágeis, dê preferência a empresas com caixa e geração de caixa estável, rebalanceie conforme seu horizonte e tolerância a risco









