Empresas de ponta investem em cultura digital e soft skills para preparar gestores para um novo ciclo tecnológico.
A ascensão da inteligência artificial (IA) não está apenas revolucionando a operação das empresas — está transformando também os requisitos de liderança. Em vez de comandantes técnicos e hierárquicos, o mercado começa a valorizar gestores que compreendem o papel da IA nos negócios e sabem liderar equipes com empatia, agilidade e visão estratégica.
Gigantes como Magazine Luiza, Itaú e Nestlé já estão redesenhando programas de formação para executivos, segundo apurou o Valor Investe. A ênfase agora está em resolução de problemas complexos, adaptação rápida e mentalidade orientada por dados. Mas não se trata de virar programador — e sim de entender como a IA pode ser usada para tomar decisões melhores.
Segundo estudo da McKinsey de 2024, 63% das empresas brasileiras que investiram em IA também reestruturaram seus programas de liderança. “O líder do futuro precisa saber interpretar dados, mas, sobretudo, liderar com propósito e transparência”, diz o consultor de negócios Eduardo Carmello, em entrevista à Folha de S.Paulo.
Para isso, empresas estão usando ferramentas de simulação com IA generativa, workshops de ética digital, labs de inovação e até coaching com robôs. Outro foco é o reforço de soft skills, como escuta ativa, empatia e inteligência emocional — competências que ganham destaque num ambiente cada vez mais automatizado.
A transformação não é só tecnológica: é cultural. E quem não adaptar sua liderança pode se tornar obsoleto, mesmo com décadas de experiência no currículo. As empresas que saem na frente são justamente as que entendem que liderar na era da IA é mais sobre gente do que sobre máquinas.