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segunda-feira, dezembro 1, 2025
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Construtoras assumem protagonismo enquanto utilities perdem fôlego na Bolsa

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O mercado brasileiro passou por uma virada silenciosa em 2025 — e quem acompanha de perto a Bolsa já percebeu: as construtoras se tornaram um dos grandes motores de retorno, enquanto o setor de utilities reduziu sua força dentro dos portfólios. Essa mudança não foi súbita, mas profunda, e vem redefinindo a forma como gestores enxergam oportunidades no mercado local.

Segundo Marcos Peixoto, head de renda variável da XP Asset, a transformação é clara: utilities, que no início do ano representavam entre 30% e 35% do fundo, hoje ocupam cerca de 17%. Já as construtoras ganharam protagonismo, ocupando espaço relevante na estratégia da casa.

Por que utilities perderam peso tão rápido?

Peixoto explica que a mudança é principalmente uma questão de preço. O setor, que durante anos entregou retornos robustos e previsíveis, já viu boa parte da tese de valorização se concretizar — especialmente em empresas que dobraram de valor após privatizações.

Isso não significa abandono total das posições, mas redução natural. A visão na XP é que “a tese está pela metade”, ou seja, ainda há valor, mas a assimetria já não é tão atraente quanto antes.

Há também um fator decisivo no radar: um leilão marcado para março, que pode definir o futuro do setor. Empresas precisam vencer projetos relevantes para manter o ritmo de geração de valor.

Construção civil surpreende e se torna geradora de alfa

Se utilities perderam intensidade, a construção civil brilhou como nunca — e isso mesmo num cenário de juros altos. Para Peixoto, o segredo está no “micro”:
programas habitacionais ampliados, resiliência do crédito imobiliário e demanda firme, tanto na baixa quanto na alta renda.

Com isso, o setor virou um dos motores de retorno da XP Asset, que mantém entre 10% e 15% do portfólio concentrado em companhias como Direcional (DIRR3) e Tenda (TEND3).

O desempenho surpreendeu até quem acompanha o setor há anos:

“Com juros de 15%, você imaginaria um ano difícil. Mas o micro é muito mais importante.”

Varejo segue desafiador: é caso a caso

Enquanto a construção surfa uma maré positiva, o varejo vive um dos anos mais complexos da Bolsa.
Peixoto afirma que ainda não há uma reação consistente no setor:

  • A deflação dos alimentos prejudicou supermercadistas
  • Drogarias se destacaram com a explosão dos GLPs — medicamentos de emagrecimento como Ozempic e Mounjaro
  • O vestuário sofreu com condições climáticas atípicas

É um cenário tão desigual que impede análises amplas: cada empresa vive uma realidade.

Mesmo assim, a XP mantém posições estratégicas que já subiram mais de 60% no ano, mas com peso menor devido à cautela.

E os bancos? Um ciclo de reposicionamento

O setor bancário também passou por ajustes importantes. A XP aproveitou a recuperação dos grandes bancos no primeiro trimestre e saiu de posições que já não ofereciam a mesma relação risco-retorno.

O caso de Banco do Brasil (BBAS3) é simbólico. Por anos, foi uma das maiores posições do fundo — chegou a representar dois dígitos do portfólio.
Mas isso mudou quando o prêmio de risco desapareceu e o desconto para bancos privados deixou de fazer sentido.

Sinais de piora em segmentos como agronegócio e pequenas empresas reforçaram a decisão.

Conclusão: 2025 é o ano da virada estrutural

O que se vê na Bolsa neste ano é uma reprecificação profunda, guiada por ciclos setoriais muito distintos:

  • Utilities ainda têm valor, mas perderam parte da assimetria
  • Construtoras brilham e puxam geração de alfa
  • Varejo exige um olhar altamente seletivo
  • Bancos passam por reposicionamento estratégico

Para quem investe, o recado é claro: compreender o momento de cada setor é essencial para capturar as melhores oportunidades.

Quer seguir acompanhando os setores que podem liderar o próximo ciclo da Bolsa? Então continue navegando pelo Brasilvest.

Perguntas Frequentes (FAQs)

Por que o setor de utilities perdeu protagonismo em 2025?

Porque boa parte da tese de valorização já foi capturada e a assimetria diminuiu, segundo a XP Asset.

Por que construtoras tiveram desempenho tão forte?

Programas habitacionais maiores, crédito resiliente e demanda firme impulsionaram o setor.

O varejo ainda é uma boa oportunidade?

Depende. O setor está muito heterogêneo e exige análises individualizadas.

Por que o Banco do Brasil (BBAS3) saiu do portfólio?

O prêmio de risco desapareceu, tornando o desconto frente aos bancos privados menos justificável.

O setor de utilities ainda tem potencial?

Sim, mas depende de resultados de projetos e do leilão de março, segundo a gestora.

Construtoras continuarão sendo destaque em 2026?

Se os fatores microeconômicos se mantiverem, há espaço para continuidade do desempenho.

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