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A Copasa (CSMG3) vive um dos anos mais intensos de sua história recente. As ações já saltaram cerca de 100% em 2025, impulsionadas pelo avanço das negociações de privatização em Minas Gerais e por melhorias regulatórias que vêm sendo implementadas antes mesmo de qualquer oferta. O movimento reacendeu o interesse de analistas e investidores que agora tentam medir até onde o papel pode chegar.
O Bradesco BBI, mesmo mantendo recomendação neutra, elevou o preço-alvo da companhia para R$ 56, o que representa um potencial de alta de 35% em relação ao fim de novembro. Mas o relatório vai além: detalha três cenários possíveis para o futuro da Copasa — e o impacto direto no valor da ação.
Por que a Copasa (CSMG3) subiu tanto em 2025?
A disparada de 100% não aconteceu por acaso. Dois fatores explicam o movimento:
- Avanço firme do governo de Minas Gerais rumo à privatização, prevista para ocorrer no início de 2026
- Atualizações regulatórias promovidas pela ARSAE, que aumentam previsibilidade e permanecem válidas mesmo que a privatização seja adiada
Com isso, o BBI revisou o modelo e passou a considerar 99% de probabilidade de privatização, praticamente tratando a operação como certa.
Como ficam os resultados da Copasa pós-privatização?
Com a nova perspectiva, o banco projeta um CAGR de Ebitda de 17% e um CAGR de lucro por ação de 16% entre 2025 e 2030.
O motivo? A combinação de:
- Redução de despesas operacionais
- Aumento de investimentos (capex) que ampliam o RAB — base de ativos regulatórios
- Retornos crescentes, como ocorre com a Sabesp (SBSP3) após seu processo de privatização
Sobre dividendos, o BBI assume que a empresa pagará 75% do lucro anualmente — um salto significativo nos próximos anos:
- 2026: 7%
- 2027: 8%
- 2028: 11%
- 2029 em diante: acima de 12%
Um atrativo importante para quem investe em renda.
Qual é o cenário base?
O preço-alvo de R$ 56 por ação reflete exatamente esse cenário:
privatização encaminhada, regulação fortalecida e espaço consistente para aumento de retorno.
Segundo o BBI, mesmo com recomendação neutra, os dividendos robustos justificam manter o papel em carteira para investidores que buscam renda contínua.
E se tudo der muito certo? O cenário otimista
No cenário positivo traçado pelo banco, a Copasa privatizada poderia chegar a R$ 80 por ação no fim de 2026 — uma alta potencial de 92%.
Esse cenário considera:
- Corte de 50% nas despesas operacionais
- Redução da taxa de desconto (TIR) para 8,5%, refletindo menor risco
- Aumento consistente no dividend yield, que reforça atratividade do papel
E o pior cenário? Privatização cancelada
Se a empresa permanecer estatal, o valor justo cai para R$ 32 por ação — uma desvalorização de 24%.
Mesmo assim, o BBI ressalta que a queda não seria ainda maior porque vários avanços regulatórios já foram incorporados e devem permanecer, independentemente da privatização.
Hoje, o banco vê esse cenário como altamente improvável, dada a mobilização do governo mineiro.
Por que Minas Gerais está acelerando a venda da Copasa?
A resposta envolve fiscal:
- Minas Gerais enfrenta uma dívida superior a R$ 150 bilhões com a União
- O estado negocia redução de juros e parte do pagamento via ativos
- Para cumprir obrigações de investimento em 2026, precisa levantar recursos rapidamente
Embora a Copasa não faça parte da lista oficial de ativos a serem repassados ao governo federal, a venda de parte da participação estatal (de 50,1%, possivelmente mantendo de 10% a 15%) ajudaria MG a fechar as contas.
Além disso, o governo conseguiu retirar da constituição estadual a exigência de referendo prévio, facilitando politicamente a privatização.
Quais passos faltam para a privatização avançar?
Ainda há etapas importantes:
- Aprovação do TCE sobre aspectos financeiros e jurídicos
- Fechamento de um novo contrato de concessão com Belo Horizonte (BH), responsável por 1/3 da receita da Copasa, com extensão até 2073
- Possível pagamento de caução entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão, que deve entrar no RAB
Com BH fechando o acordo, outras 636 cidades tendem a seguir o mesmo caminho sem exigir contrapartidas significativas.
Conclusão: Copasa pode estar apenas no começo de um novo ciclo
Os dados indicam uma empresa em plena reprecificação, impulsionada por mudanças regulatórias, forte mobilização política e potencial privatização em 2026.
Entre cenários que variam de alta explosiva a médio pessimismo, o consenso é claro: a Copasa voltou ao radar como uma das histórias mais relevantes do saneamento brasileiro.
Quer acompanhar de perto os próximos passos e analisar outras oportunidades no mercado? Então continue navegando pelo Brasilvest.
Perguntas Frequentes (FAQs)
Por que a Copasa (CSMG3) subiu mais de 100% em 2025?
Porque o mercado passou a precificar a privatização como altamente provável e incorporou melhorias regulatórias relevantes.
Qual é o preço-alvo base para Copasa segundo o BBI?
O banco projeta R$ 56 por ação, com potencial de alta de 35%.
O que pode levar o papel a R$ 80?
Corte profundo de custos, menor taxa de desconto e dividendos crescentes no cenário otimista.
E se a privatização não ocorrer?
O valor justo cai para cerca de R$ 32, mas ainda preserva parte dos ganhos regulatórios já implementados.
Por que Minas Gerais quer vender a Copasa?
Para cumprir compromissos financeiros de 2026 e avançar na renegociação da dívida com a União.
Quais etapas ainda faltam para a privatização?
Aprovação do TCE, novo contrato com Belo Horizonte e formalização de concessões com demais municípios.








