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domingo, outubro 12, 2025
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Corrida em vão e spreads negativos: os impactos da MP 1.303 no crédito privado

Pressa dos investidores para antecipar emissões trava prêmios e gera condições distorcidas no mercado de crédito

Enquanto o Congresso debatia a Medida Provisória 1.303, investidores correram para comprar ativos que, conforme o texto original, perderiam a isenção de Imposto de Renda a partir de 2026. Para capturar esse “momento”, empresas adiantaram emissões e fundos de crédito privado abriram captação líquida elevada — resultado: prêmios foram comprimidos e até ficaram abaixo do Tesouro IPCA+. Segundo o InfoMoney, em setembro o spread médio das debêntures incentivadas com rating AAA caiu para -40 bps sobre NTN-B (Tesouro IPCA+).

A corrida antecipada e seus efeitos

O mercado antecipou a medida tributária, mesmo antes da versão final da MP ser aprovada. A consequência foi uma demanda forte por papéis isentos, enquanto os prêmios oferecidos recuaram drasticamente. Segundo o artigo, grandes gestores afirmaram que “muitos fundos reabriram para captação”, o que ajudou a apertar ainda mais os spreads.

Para o sócio e gestor de crédito da Legacy, Leonardo Ono, “duvido que alguma empresa esteja arrependida de ter antecipado uma emissão”. Ele ainda comentou que os produtos isentos continuam “racionais quando comparados aos CDBs de grandes bancos”, especialmente diante da carga tributária elevada.

Isenções preservadas e debate sobre alíquota única

A versão aprovada da MP 1.303 manteve isenção para debêntures incentivadas, LCIs, LCAs, CRIs e CRAs, o que minimiza parte do impacto no crédito privado isento. No entanto, a medida adotou alíquota única de IR (18%) para aplicações tributadas como Tesouro Direto, CDBs, debêntures não incentivadas e fundos de crédito.

Para Marcelo Peixoto, gestor da Trígono Capital, isso diminui o incentivo de manter papéis de longo prazo: “do ponto de vista de imposto, não existe mais incentivo para ficar mais tempo” no ativo.

O saldo da crise de incentivos

Apesar da corrida antecipada ter gerado condições distorcidas, muitas empresas aproveitaram para emitir dívida com custo menor do que o Tesouro Nacional paga via NTN-B. Isso reforça que os emissores foram bem-sucedidos em captar recursos em condições favoráveis.

Ainda assim, o artigo alerta: o aumento da rotatividade de carteiras e a maior competição entre ativos isentos exigem atenção do investidor na avaliação de liquidez, emissão e risco do emissor.

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