Depois de um 2025 turbulento, Cosan (CSAN3) e Raízen (RAIZ4) entram em 2026 sob desconfiança. Alavancagem elevada, juros altos e estratégias que demoraram a entregar resultado colocaram as duas no centro das preocupações do mercado.
Diante disso, o JPMorgan foi direto: recomendação neutra para ambas — com preferência pela Cosan.
Por que o JPMorgan ficou neutro?
Segundo o banco, o desempenho dos papéis depende de gatilhos difíceis de prever, como capitalizações e movimentos de M&A. O problema não é só “se” esses eventos vão acontecer, mas quando e em qual magnitude. Sem visibilidade, o risco aumenta.
Além disso, açúcar e etanol seguem pressionados, o que pesa no curto prazo. O JPMorgan é mais construtivo apenas nos negócios de gás e distribuição de combustíveis.
Cosan: eventos ainda mandam no jogo
Mesmo após a injeção de capital com BTG Pactual e Perfin, a tese da Cosan segue dependente de eventos. O banco vê poucos catalisadores claros no curto prazo e afirma que, mesmo com desconto de ~25% sobre o valor patrimonial, não enxerga grande potencial de valorização agora.
O lado positivo? A administração sinaliza reduzir a alavancagem a zero e concentrar investimentos nas subsidiárias, o que pode diminuir o desconto ao VPL no médio prazo. Um ambiente com juros menores e reabertura de IPOs/M&A também ajudaria.
Raízen: reestruturação pesada e queima de caixa
Aqui o alerta é maior. A Raízen (RAIZ4) enfrenta reestruturação profunda, alavancagem estimada em ~4,0x e queima de caixa nos próximos exercícios. Não por acaso, virou penny stock (abaixo de R$ 1), e a B3 pediu um plano para recuperar o preço.
O mercado espera aumento de capital. Há conversas envolvendo Shell, Cosan e BTG, com valores especulados entre R$ 10 bilhões e R$ 18 bilhões — este último seria o montante que, na visão do JPMorgan, traria a alavancagem para ~2,5x.
Tem algo positivo na Raízen?
Sim, mas é mais longo prazo. A empresa passa por uma transformação operacional que pode gerar >R$ 500 milhões/ano em economia, somando até R$ 10 bilhões ao longo do tempo. O banco também vê recuperação gradual na distribuição de combustíveis em 2026, com melhora de margens e volumes à medida que o governo combate a sonegação.
Conclusão: cautela redobrada em 2026
O veredito do JPMorgan é claro: não é hora de apostar pesado. A Cosan é menos arriscada que a Raízen, mas ainda dependente de eventos. A Raízen precisa resolver a alavancagem para destravar valor. Para o investidor, 2026 pede paciência e gestão de risco.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
O JPMorgan recomenda compra de CSAN3 ou RAIZ4?
Não. A recomendação é neutra para ambas.
Por que a Cosan é preferida?
Porque enfrenta menos risco operacional imediato do que a Raízen.
A Raízen precisa de aumento de capital?
O banco entende que sim, para reduzir alavancagem e melhorar o sentimento.
O setor pode melhorar em 2026?
Pode, se juros caírem e houver melhora em combustíveis, mas açúcar/etanol seguem desafiadores.








