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segunda-feira, dezembro 29, 2025
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Crédito privado volta ao radar com juros altos e risco fiscal no Brasil

Nord Research alerta que spreads baixos e incertezas no orçamento aumentam o risco para investidores

O mercado de crédito privado vive um momento de atenção redobrada. Com a taxa Selic ainda em 10,75% ao ano e o risco fiscal em alta, a Nord Research alertou que o cenário atual exige cautela na escolha de títulos corporativos. Segundo análise publicada pelo InfoMoney, os spreads de crédito — diferença entre a rentabilidade do título e a taxa básica de juros — estão próximos das mínimas históricas, o que reduz o prêmio de risco e eleva o perigo de concentração.

Spreads comprimidos, risco ampliado

De acordo com a Nord, o investidor que compra títulos privados neste momento assume risco elevado em troca de um retorno baixo. Isso ocorre porque, mesmo com os juros altos, a demanda por crédito corporativo aumentou, comprimindo os spreads.
“Quando o prêmio de risco fica pequeno, qualquer deterioração macroeconômica afeta os preços”, explica o relatório citado pelo InfoMoney.
Além disso, o cenário fiscal brasileiro pressiona a percepção de risco país, o que tende a afetar a precificação de debêntures e CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários).

Selic alta e orçamento indefinido travam o crédito

Enquanto o Banco Central mantém a Selic em dois dígitos, a política fiscal segue incerta. As discussões sobre cortes de gastos e ajustes no orçamento, segundo a Reuters, aumentam a volatilidade e encarecem o custo de captação das empresas.
Esse ambiente de juros elevados por mais tempo reduz o apetite por risco e mantém os investidores concentrados em produtos de renda fixa tradicional. “Há um descompasso entre a Selic e o risco de crédito. Mesmo empresas sólidas enfrentam spreads menores do que o razoável para o cenário atual”, diz a Nord.

Risco fiscal domina o humor dos investidores

O relatório destaca que o risco fiscal é o maior obstáculo para a retomada de confiança no crédito privado. O governo ainda não definiu como financiar parte do déficit e o debate sobre aumento de despesas pressiona a curva de juros futuros.
De acordo com o Valor Econômico, essa incerteza reduz a atratividade de títulos longos e aumenta a busca por papéis atrelados à inflação, considerados mais seguros em um ambiente de instabilidade.

O que fazer com a carteira de crédito privado

Os analistas da Nord recomendam diversificação e seletividade. Isso significa buscar emissores com baixo endividamento, receita previsível e governança sólida.
Além disso, a casa sugere que o investidor reduza a exposição a empresas muito alavancadas e priorize títulos com vencimentos curtos, enquanto o cenário fiscal não se estabiliza.
A Nord Research também indica que é importante acompanhar indicadores de inadimplência e liquidez do mercado secundário, que tendem a se deteriorar antes de crises de crédito mais amplas.

Perspectiva para os próximos meses

O consenso de mercado aponta que o Banco Central deve manter a Selic estável até o primeiro semestre de 2026, segundo o Boletim Focus.
Caso o governo avance nas medidas de ajuste fiscal e o dólar se estabilize, os spreads podem se recompor e o crédito privado voltará a oferecer oportunidades mais equilibradas.
Enquanto isso, o investidor deve manter atenção a liquidez e qualidade de crédito, priorizando retornos consistentes em detrimento de rentabilidade imediata.

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