Entender a inclinação da curva de juros ajuda a prever recessões, aquecimentos e decisões de investimento.
A curva de juros, apesar de parecer um conceito técnico, é uma das ferramentas mais observadas pelos analistas para antecipar o rumo da economia. Ela mostra o comportamento dos juros futuros em diferentes prazos e pode sinalizar desde o otimismo com o crescimento até alertas de recessão iminente.
Quando a curva está inclinada positivamente — ou seja, os juros de longo prazo estão mais altos que os de curto — o mercado acredita em crescimento econômico no futuro. Já uma curva invertida, com taxas de curto prazo maiores que as de longo, costuma ser interpretada como sinal de possível retração ou crise.
Segundo o Valor Econômico, uma inversão na curva de juros americana precedeu todas as recessões nos Estados Unidos desde 1955. No Brasil, o comportamento da curva também afeta decisões de empresas e investidores, pois influencia desde a concessão de crédito até o preço das ações.
“É um indicativo crucial do sentimento de risco no mercado”, explica Caio Megale, economista-chefe da XP, ao Estadão. “Se os investidores estão pedindo juros maiores no curto prazo, é porque veem risco ou incerteza no horizonte próximo.”
Acompanhar a curva de juros pode ser útil inclusive para o investidor pessoa física, já que ela afeta diretamente o rendimento de títulos públicos e a precificação de ativos de renda variável. E entender isso é ter um olhar mais apurado sobre os sinais da economia real.