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segunda-feira, dezembro 29, 2025
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Debandada histórica: empresas fogem da B3 em 2025

O ano de 2025 entrou para a história como um dos mais duros para a B3. Em vez de uma fila de IPOs, o mercado assistiu a um movimento oposto: empresas deixando a bolsa brasileira em sequência, seja por Ofertas Públicas de Aquisição (OPAs), reorganizações societárias ou compra por grupos estrangeiros.

Ao todo, pelo menos dez companhias deram adeus ao pregão, acendendo um alerta sobre liquidez, atratividade do mercado e o futuro das empresas listadas no Brasil. Para muitos investidores, a sensação foi clara: a bolsa encolheu.

Por que tantas empresas fecharam capital em 2025?

A combinação foi explosiva. Juros elevados, múltiplos deprimidos e alto custo regulatório criaram o cenário perfeito para controladores retomarem o controle total das companhias.

Com ações negociadas a preços considerados baixos, grupos estrangeiros avançaram com OPAs, enquanto empresas brasileiras optaram por simplificar estruturas, reduzir custos e sair do radar do mercado.

Santos Brasil saiu da bolsa após quase 20 anos?

Sim. A Santos Brasil (STBP3) protagonizou uma das saídas mais emblemáticas do ano. A controladora francesa CMA CGM elevou sua participação para mais de 93% e, em outubro, as ações deixaram oficialmente de ser negociadas.

Para os minoritários, restou aceitar a oferta ou aguardar o resgate compulsório — um retrato fiel de como baixa liquidez facilita deslistagens.

Wilson Sons também deixou o pregão?

Deixou. Com 187 anos de história, a Wilson Sons (PORT3) saiu da B3 após a MSC Mediterranean Shipping Company elevar sua participação para 97,65% por meio de OPA.

O leilão ocorreu em outubro, encerrando uma trajetória iniciada no IPO de 2007. Mais um caso em que controle concentrado e custos de listagem pesaram na decisão.

Empresas de tecnologia também não resistiram?

Não resistiram. A ClearSale (CLSA3) foi incorporada pela Serasa Experian, encerrando sua passagem pela bolsa em abril. Apesar de crescimento consistente, liquidez limitada e valuation pressionado tornaram a permanência como companhia aberta pouco atrativa.

Já a Eletromídia (ELMD3) foi adquirida pela Globo, que decidiu integrar o negócio à sua estrutura interna, encerrando um IPO relativamente recente, de 2021.

O agronegócio e alimentos também encolheram na B3?

Sim. Dois pesos pesados saíram do radar:

  • BRF (BRFS3) deixou o pregão após integração com a Marfrig (MRFG3), que passou a concentrar as operações sob um único grupo
  • JBS (JBSS3) concluiu sua migração para os Estados Unidos, buscando múltiplos mais altos e acesso a um mercado de capitais mais profundo

Hoje, a JBS negocia ações em Nova York e mantém apenas BDRs no Brasil, reduzindo a exposição direta do investidor local.

Varejo e energia também entraram na lista?

Entraram. O Carrefour Brasil (CRFB3) foi alvo de OPA da controladora francesa, que decidiu retirar a subsidiária da bolsa em meio a uma reestruturação global.

No setor elétrico, a Serena Energia (SRNA3) foi adquirida por um grupo internacional, enquanto a Neoenergia (NEOE3) anunciou OPA da espanhola Iberdrola, oferecendo R$ 32,50 por ação. A saída é vista como praticamente certa.

Outras empresas ainda podem sair?

O mercado já precifica novas possíveis deslistagens. Entre os casos mais comentados estão:

  • Banco Pan (BPAN4), que pode ser totalmente incorporado pelo BTG Pactual (BPAC11)
  • Gol (GOLL54), cuja controladora avalia reorganização e migração do foco para o mercado americano

Esses movimentos reforçam a leitura de que 2025 pode não ser um ponto fora da curva, mas parte de um ciclo mais longo.

O que essa debandada significa para o investidor?

Menos empresas listadas significam:

  • Menor diversidade de investimentos
  • Redução de liquidez
  • Menos setores representados na bolsa
  • Maior dependência de poucos papéis grandes

Para o investidor pessoa física, isso exige mais atenção a riscos de OPA, valuation e governança.

Para acompanhar análises profundas sobre mercado, ações e os bastidores da B3, continue navegando pelo Brasilvest.

Perguntas Frequentes (FAQs)

Quantas empresas saíram da B3 em 2025?

Pelo menos dez companhias fecharam capital ao longo do ano.

Por que tantas OPAs aconteceram?

Juros altos, ações baratas e alto custo de manter capital aberto.

Empresas estrangeiras lideraram as aquisições?

Sim. Grupos internacionais aproveitaram valuations deprimidos.

Isso prejudica a B3?

Sim, pois reduz liquidez e o número de empresas listadas.

Outras empresas ainda podem sair?

Sim. Casos como Banco Pan e Gol seguem no radar.

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